Caso PanAmericano tem 22 indiciados; pena pode ir a 31 anos
A Polícia Federal anunciou nesta quarta-feira que encerrou ontem a investigação sobre os crimes financeiros no Banco PanAmericano. Ao longo da investigação, foram indiciadas 22 pessoas do ex-banco do Grupo Silvio Santos. Caso condenados, os acusados podem pegar penas somadas de até 31 anos de prisão.
A Justiça Federal decretou o bloqueio de cerca de R$ 21 milhões em investimentos dos envolvidos. Além disso, estão indisponíveis bens móveis e 29 imóveis pertencentes aos indiciados e três embarcações que estavam em nome de uma empresa.
Entre os indiciados estão, cinco principais ex-diretores do banco, três ex-funcionários e um ex-presidente do Grupo Silvio Santos acusados de crimes de formação de quadrilha, lavagem de dinheiro, gestão fraudulenta, “caixa dois” e crimes financeiros.
Segundo a Polícia Federal, outros seis ex-diretores do PanAmericano e dois executivos do Grupo Silvio Santos, estranhos à diretoria do Panamericano, foram indiciados pela prática dos crimes de gestão fraudulenta e “caixa dois”, em razão da existência de provas de que teriam sido beneficiados pela subtração de valores da instituição financeira. Cinco pessoas identificadas como “laranjas” foram indiciadas pelo crime de formação de quadrilha.
Fraudes
O PanAmericano anunciou em novembro de 2010 que o Grupo Silvio Santos, seu controlador, iria aportar R$ 2,5 bilhões na instituição para restabelecer o equilíbrio patrimonial e a liquidez, após “inconsistências contábeis” apontadas pelo Banco Central (BC). Um processo administrativo de investigação apura a origem e os responsáveis pelo problema de falta de fundos.
A injeção de recursos no banco foi feita por meio do Fundo Garantidor de Crédito (FGC), que é uma entidade sem fins lucrativos que protege os correntistas, poupadores e investidores. São as instituições financeiras que contribuem com uma porcentagem dos depósitos para a manutenção do FGC – sem recursos públicos.
A holding do Grupo Silvio Santos colocou à disposição empresas como o SBT e a rede de lojas do Baú da Felicidade, entre outras, como garantia pelo empréstimo, que tem prazo de dez anos. Especializado em leasing e financiamento de carros, o PanAmericano teve 49% do capital votante vendido para a Caixa Econômica Federal em dezembro de 2009, por R$ 739,2 milhões.
Em 31 de janeiro, o BTG Pactual anunciou a compra do controle do PanAmericano por R$ 450 milhões. O BTG acertou a aquisição da totalidade da participação do Grupo Silvio Santos no PanAmericano, assumindo 51% das ações ordinárias do banco e quase 22% das preferenciais, representativas de 37,6% do capital total. Após a reunião que selou o negócio, o apresentador e empresário Silvio Santos se mostrou aliviado. “Agora, estou livre. A televisão que alguém queria comprar não está mais à venda”, afirmou o empresário.
Fonte: Site Terra