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Caixas eletrônicos para o ladrão moderno

Para evitar ladrões sofisticados, os caixas eletrônicos estão ficando com cara de ficção científica.

Tentando deixar para a história as imagens de caixas eletrônicos explodidos e acabar com o roubo de informações para clonagem de cartões, fabricantes desse equipamento estão fazendo máquinas que não requerem contato físico com o usuário, armazenam dados em servidores longe do ponto de atendimento e até mantêm o dinheiro a distância.

A Diebold Inc. está trabalhando numa máquina que usa a chamada computação “em nuvem” para armazenar informação remotamente, reduzindo o risco de que alguém acesse dados de clientes arquivados no computador da máquina. A NCR Corp. lançou um modelo que identifica os clientes lendo o desenho das veias das mãos deles. E a Itautec SA está finalizando um protótipo que permite às pessoas fazer transações usando gestos — o que torna possível manter a máquina por trás de vidro à prova de balas.

“A ideia é que, se você não pode tocar a máquina, ela vai ser mais difícil de assaltar”, disse Mauricio Guizelli, diretor comercial de operações bancárias da Itautec.

Um problema: o novo esforço tecnológico chega quando muitos bancos estão sob pressão para reduzir custos, e podem não estar inclinados a investir em máquinas novas.

Há muito em jogo. Autoridades e especialistas em diferentes países dizem que hoje se rouba mais dinheiro via fraude eletrônica que dá aos criminosos acesso a dados de correntistas, do que por meio de assalto a bancos. Um método comum de fraude é o uso de um mecanismo copiador, popularmente conhecido como “chupa-cabra”, que os fraudadores instalam no caixa eletrônico para copiar os dados do cartão e usar a informação para acessar a conta do usuário.

Segundo a Federação Brasileira de Bancos, um caixa eletrônico pode conter de R$ 100.000 a R$ 150.000, de modo que explodir um para pegar o dinheiro pode ser melhor negócio do que assaltar um banco. A equivalente americana da Febraban estima que, num roubo de caixa eletrônico, os ladrões levem dez vezes mais dinheiro do que se assaltassem uma agência.

Os primeiros caixas eletrônicos surgiram em 1971, e hoje chegam a milhões de máquinas ao redor do mundo.

Um caixa eletrônico custa, em média, cerca de US$ 20.000, segundo analistas.

O caixa eletrônico comum é um computador numa caixa que contém dinheiro. Em vez de guardar os aplicativos do computador no caixa eletrônico, o modelo “virtual” da Diebold os manteria na memória de máquinas acessadas remotamente.

Embora não tenha dado números específicos, a Diebold afirmou que o modelo “virtual” seria menos custoso para operar, porque a assistência técnica seria centralizada em vez de ter de ser feita em milhares de locais.

Ainda assim não está claro se os bancos ao redor do mundo vão investir na atualização numa época em que estão pressionados para reduzir custos. Além disso, alguns profissionais de segurança acham que deixar os dados armazenados num só lugar pode criar alvos tamanho família para hackers.

“Computação em nuvem é uma oportunidade, mas também apresenta todo um novo conjunto de vulnerabilidades”, disse Shawn Henry, diretor executivo assistente da polícia federal americana, o FBI, na área de crimes cibernéticos.

A previsão é de que o número de caixas eletrônicos em serviço no mundo todo salte de 2,4 milhões em 2011 para 3,2 milhões em 2016, segundo a consultoria britânica RBR. Boa parte desse crescimento deve vir de mercados emergentes como China e Índia, disse a RBR.

A fabricante americana de caixas eletrônicos NCR fornece ao Banco Bradesco SA um caixa eletrônico que reconhece o cliente identificando o padrão das veias na palma de suas mãos. A técnica visa a aumentar a segurança, embora os usuários ainda tenham de teclar suas senhas. A NCR também vende software que embaralha o código em que o caixa eletrônico roda para dificultar a entrada de vírus.

Uma porta-voz do Bradesco disse que hoje há, em média, cerca de um desses novos caixas em cada uma das agências do banco, que em setembro tinha 3.945 agências.

A NCR também tem conversado com bancos sobre um caixa eletrônico que não precisaria passar o cartão. Os clientes baixariam um aplicativo em seus celulares que lhes permitiria usar o terminal.

Enquanto isso, a Itautec, da Itaúsa – Investimentos Itaú SA, está trabalhando num protótipo que usa imagens holográficas para que os clientes possam fazer transações usando gestos, sem jamais tocar no terminal.

Barbosa, da Itautec, disse que ainda não há preço definido para as novas máquinas, mas o que exceder o preço das tradicionais será compensado pela economia com medidas de segurança.

Fonte: SUZANNE KAPNER PAULO TREVISANI, WSJ, Valor Economico

marcos

Professor, Embaixador e Comendador MSc. Marcos Assi, CCO, CRISC, ISFS – Sócio-Diretor da MASSI Consultoria e Treinamento Ltda – especializada em Governança Corporativa, Compliance, Gestão de Riscos, Controles Internos, Mapeamento de processos, Segurança da Informação e Auditoria Interna. Empresa especializada no atendimento de Cooperativas de Crédito e habilitado pelo SESCOOP no Brasil todo para consultoria e Treinamento. Mestre em Ciências Contábeis e Atuariais pela PUC-SP, Bacharel em Ciências Contábeis pela FMU, com Pós-Graduação em Auditoria Interna e Perícia pela FECAP, Certified Compliance Officer – CCO pelo GAFM, Certified in Risk and Information Systems Control – CRISC pelo ISACA e Information Security Foundation – ISFS pelo EXIN.