BC restringe operação com cartão de crédito consignado
Para desestimular os financiamentos com cartão de crédito consignado, o Banco Central decidiu equiparar essas operações aos demais empréstimos com desconto em folha de pagamento.
Os bancos que concederem esse crédito em operações com prazo superior a 36 meses terão de ter uma reserva maior de capital para assegurar o empréstimo. Isso significa que um banco, com o mesmo capital, terá menos recursos para emprestar.
Para calcular esse capital, o BC utiliza uma regra chamada de fator de ponderação de risco. Esse fator passa agora de 75% para 150% nesses empréstimos de prazo mais longo.
Em dezembro, o BC já havia aumentado esse fator para os empréstimos com desconto em folha, mas o limite do cartão de crédito consignado ficou de fora da medida.
Na época, também foram anunciadas várias restrições para o crédito ao consumo com prazo superior a 24 meses. Para o consignado, que tem risco menor de inadimplência, o prazo da restrição só começa em 36 meses.
O cartão de crédito consignado funciona da seguinte maneira. Um cliente pode ter, por exemplo, um limite de crédito de R$ 3.000 com garantia de desconto em folha, que representa um determinado percentual do seu salário ou aposentadoria. Esse valor poder ser dividido em R$ 2.000 para empréstimos diretos e R$ 1.000 para uso no cartão de crédito.
Pagamento Mínimo
O BC informou que a norma que aumenta o percentual de pagamento mínimo de faturas de cartão de crédito não será aplicada aos cartões de crédito consignado, que já têm regras próprias. Nesse caso, os percentuais já são definidos de acordo com a renda e os convênios firmados entre bancos e as entidades ou empresas responsáveis pelo pagamento de salários e aposentadorias.
Em junho, o percentual de pagamento mínimo das faturas de cartão de crédito foi fixado em 15%. Em dezembro, sobe para 20%. O BC decidiu hoje que essa regra não se aplica aos cartões com limite garantido por desconto em folha.
O objetivo de todas essas medidas foi limitar o endividamento das pessoas com empréstimos de prazos mais longos e reduzir os recursos para o consumo.

Fonte: Eduardo Cucolo, Folha de S.Paulo
