BC recusou propostas de reforma societária feitas pelo Banco BVA
O Banco BVA encontra dificuldades para realizar as alterações na sua estrutura acionária, que marcarão a anunciada saída de José Augusto Ferreira dos Santos, fundador do banco, e a entrada de Cleber Faria, antigo sócio da cervejaria Petrópolis, que dividirá o capital da instituição com o atual presidente, Ivo Lodo.
Segundo o Valor apurou, o Banco Central já recusou uma série de modelos apresentados pelo banco. A argumentação da autoridade monetária é que Ivo Lodo, que entrou no banco em 2006 vindo do Banco Safra, não teria patrimônio suficiente para comprar o controle do BVA e depois revender uma parcela para o novo sócio, conforme o pretendido.
Ao mesmo tempo, Cleber Faria não teria o conhecimento necessário do sistema financeiro para ser dirigente de uma instituição bancária – entre os requisitos exigidos pelo BC para ser diretor ou acionista de um banco está a capacidade técnica. Faria deixou a sociedade da cervejaria Petrópolis no fim do ano passado, onde era acionista e diretor comercial, em meio a especulações sobre desentendimentos com o presidente da empresa, seu tio Walter Faria.
Lodo chegou a realizar a compra do controle das mãos de Santos, o fundador, – conforme acordo fechado pelos dois quando da entrada de Lodo no banco, há pouco mais de cinco ano. Mas o BC não aprovou até agora a operação, que incluiria uma posterior venda de parte desses papéis para Faria. Para o BC, a transação teria que ocorrer sem que as ações passassem pela mão de Lodo, já que ele não tem capital suficiente para intermediar o negócio.
Cleber Faria já injetou dinheiro no banco por meio de dois empréstimos feitos ao BVA, adquirindo, assim, papéis de dívida subordinada da instituição – no valor de R$ 100 milhões e R$ 150 milhões. A dívida subordinada é um instrumento que se aproxima de capital.
Até agora, o BC rejeitou as propostas apresentadas. Uma nova tentativa será feita pelos administradores do banco nas próximas semanas, com um modelo intermediário. Lodo e Santos pretendem, agora, montar uma holding controladora do banco. Faria entraria ao lado de Lodo em outra holding, que deteria ações preferenciais do BVA. Em seguida, haveria a troca de papéis, de forma que Lodo e Faria ficariam com o controle do banco, por meio dessa nova holding.
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