Bancos suíços dão adeus à boa parte do sigilo bancário
Os bancos suíços começam a atender a uma nova regulamentação internacional que deve acabar com o sigilo bancário – pelo menos para clientes americanos. Sob o chamado “Foreign Account Tax Compliance Act” (Fatca), instituições financeiras estrangeiras terão de transferir automaticamente informações sobre clientes americanos para a agência dos Estados Unidos responsável pelos impostos.
O Fatca foi aprovado nos EUA há quatro anos, mas não estava valendo até esta terça-feira. O acordo terá efeito sobre muitos países, mas a Suíça é um caso especial por sua longa história de proteção ao sigilo bancário por meio de leis.
Os cerca de 300 bancos na Suíça — um país de 8 milhões de pessoas — têm se debatido contra a adoção do Fatca e uma onda de pressões regulatórias derivadas. O Departamento de Justiça dos EUA já investigou e multou os maiores bancos do país, o UBS e o Credit Suisse, por facilitar a evasão fiscal e efetivamente tirou do negócio o mais antigo b anco suíço, o Wegelin & Co.
Tanto as ações legais como o Fatca levantaram críticas na Suíça. Os Estados Unidos não são o único país investigando os bancos suíços. Regimes automáticos de troca de informação estão sendo desenhados em outras partes do mundo. Em relatório publicado no mês passado, analistas da Standard & Poor’s (S&P) escreveram que os bancos europeus devem esperar “pressão renovada (…) por conta das propostas por um padrão global de troca automática de informações relacionadas a impostos até o fim de 2015”.
Contratar funcionários necessários para rastrear a nacionalidade de um cliente como parte da troca automática de informações também não é barato. “Apertar as exigências regulatórias vai aumentar a complexidade dos bancos, resultando em investimentos pesados em gestão de risco e infraestrutura de compliance que vão elevar os custos”, acrescentaram os analistas da S&P.
(Dow Jones Newswires)
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