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Bancos pequenos sofrem com nova regulação

Cada vez mais bancos de pequeno porte estão sendo colocados à venda nos Estados Unidos e os executivos dizem que a regulação é um dos motivos principais.

No Bank of Commerce, que fica na Carolina do Norte e tem US$ 129 milhões em ativos, os custos da regulação contribuíram para que seu diretor-presidente, Wesley Sturges, aceitasse em março uma oferta do HomeTrust Bancshares Inc., outro grupo financeiro do Estado, com US$ 1,6 bilhão em ativos.

O Bank of Commerce, que teve lucro de apenas US$ 441 mil no ano passado, foi forçado a aumentar seus gastos com pessoal interno e trabalhos externos de auditoria para atender às exigências regulatórias adicionais decorrentes da crise financeira, além de leis contra lavagem de dinheiro, regras de informações sobre crédito e muitas outras questões regulatórias com as quais o banco já estava lidando, diz Sturges “É em todas as áreas. Quando você tem apenas 20 funcionários, qualquer aumento é muito”, diz.

Num período em que os juros baixos estão pressionando os pequenos bancos, os custos para cumprir as novas regulações estão começando a pesar. Executivos de pelos menos seis bancos de pequeno porte que aceitaram ofertas de compra nos últimos meses disseram que o aumento da carga regulatória influiu na decisão.

Os executivos disseram que as novas regras não são dimensionadas para bancos pequenos. Embora a Lei Dodd-Frank, que promoveu reformas no setor financeiro dos EUA, e outras regras novas tenham o objetivo de reduzir os problemas causados pelos bancos grandes, os pequenos também precisam obedecer muitas delas, a um custo não necessariamente menor.

“Quando eles criaram o [conceito] ‘grandes demais para quebrar’, também criaram o de ‘pequenos demais para sobreviver'”, diz Dan Baird, diretor-presidente do Capital Funding Group Inc., que em outubro de 2013 vendeu o CFG Community Bank, que fica no Estado de Maryland e tem US$ 481 milhões em ativos, para o MVB Financial Corp.

No fim de 2013, havia um total de 6.812 bancos nos EUA, comparado a 8.534 no fim de 2007, segundo a Federal Deposit Insurance Corp., agência que garante depósitos bancários.

Os reguladores dizem que tentaram facilitar ao máximo a adesão de bancos comunitários à onda de novas regulamentações. “Estamos muito, muito atentos à perspectiva do banco comunitário de que, quando há esse tipo de mudança, ela se torna um fardo”, diz Jennifer Kelly, autoridade da Controladoria Geral da Moeda (OCC), que supervisiona bancos de médio e pequeno porte.

O Congresso americano tomou nota. “Se os custos de conformidade aumentarem além do ponto de sustentabilidade econômica, muitas instituições menores podem se fundir com entidades maiores”, disseram os membros do Comitê de Serviços Financeiros da Câmara num memorando preparado para uma audiência, no ano passado, sobre os efeitos da regulação nos bancos comunitários.

As novas regras estão sendo implantadas num momento em que a lenta recuperação econômica limita a capacidade dos bancos de se expandir o suficiente para absorver custos mais elevados. Isso está levando alguns executivos a optar pela venda. Houve 204 fusões de bancos em 2013 em que os bancos adquiridos tinham menos de US$ 1 bilhão em ativos, segundo a firma de pesquisas financeiras SNL Financial. O número é semelhante aos 206 de 2012 e um aumento significativo comparado aos 102 de 2009, antes da Lei Dodd-Frank ter sido aprovada, em 2010. Em 2011, o número foi de 130.

É verdade que há vários fatores em jogo na maioria das aquisições de bancos. Mesmo assim, as despesas com a nova regulação estão tendo um peso considerável. Um relatório feito pelas autoridades da regional do Fed, o banco central americano, em Mineápolis, diz que mais de 30% dos bancos menores, aqueles com menos de US$ 50 milhões em ativos, poderiam se tornar deficitários se tivessem que contratar só mais dois funcionários para cuidar do cumprimento das regras.

Bancos um pouco maiores, como o HomeTrust, sediado na Carolina do Norte, também estão às voltas com uma carga regulamentar mais pesada, mas estão cogitando comprar outros bancos, em parte, para absorver os gastos extras com mais facilidade. “Nossa estratégia certamente inclui aumentar ativos para poder diluir custos regulatórios”, diz Dana Stonestreet, diretor-presidente do HomeTrust.

Tal estratégia o levou a comprar o Bank of Commerce por US$ 10,1 milhões mais o resgate de US$ 3,2 milhões em ações preferenciais.

 

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marcos

Professor, Embaixador e Comendador MSc. Marcos Assi, CCO, CRISC, ISFS – Sócio-Diretor da MASSI Consultoria e Treinamento Ltda – especializada em Governança Corporativa, Compliance, Gestão de Riscos, Controles Internos, Mapeamento de processos, Segurança da Informação e Auditoria Interna. Empresa especializada no atendimento de Cooperativas de Crédito e habilitado pelo SESCOOP no Brasil todo para consultoria e Treinamento. Mestre em Ciências Contábeis e Atuariais pela PUC-SP, Bacharel em Ciências Contábeis pela FMU, com Pós-Graduação em Auditoria Interna e Perícia pela FECAP, Certified Compliance Officer – CCO pelo GAFM, Certified in Risk and Information Systems Control – CRISC pelo ISACA e Information Security Foundation – ISFS pelo EXIN.