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Bancos pedem regras de controle para outros segmentos

Basel IIIOs governos dispostos a garantir a solidez do sistema financeiro terão de expandir a outros setores as regras de controle hoje aplicadas sobre instituições bancárias, disse o presidente do maior banco em ativos dos Estados Unidos, o Bank of America, Brian Moynihan, em conversa com um pequeno grupo de jornalistas, às margens do Fórum Econômico Mundial, em Davos. “Não se pode regular apenas um ou outro participante do mercado; o foco devem ser as atividades prestadas ao público” disse Moynihan. “Se tem dois ativos sujeitos a disciplinas diferentes, um que sofre exigências regulatórias e outro que não, as atividades vão migrar para o não-regulado.”

Apesar do comentário, o presidente do Bank of América disse aprovar as medidas de precaução adotadas nos EUA e garantiu que o banco está em condições de atender às novas regras de segurança bancária conhecidas como Basileia 3, que mais que triplicaram o capital mínimo exigido dos bancos. No ano passado, o Bank of America teve perdas recordes de US$ 3,6 bilhões – resultado atribuído pela instituição ao esforço para limpar o balanço dos prejuízos com a aquisição de instituições afetadas pela crise financeira.

Moynihan que, como outros executivos em Davos, aproveitou o Fórum Econômico para reuniões com clientes e colegas banqueiros, contrastava, pelo otimismo e pelo tom amistoso adotado em manifestações públicas, com outros banqueiros que se queixaram duramente das acusações e restrições feitas a eles pelos governos. O bom humor foi alimentado por uma das notícias comemoradas em Davos, a aceleração da recuperação econômica, com crescimento a taxas anuais de 3,2% nos Estados Unidos, onde o banco tem a maior parte de seus ativos.

O modelo adotado para o crescimento americano, movido pelo aumento de gastos e pela política monetária ativa, que despejou dólares na economia recolhendo US$ 600 bilhões em títulos do governo despertou, no Fórum em Davos, comentários de preocupação de especialistas como o ex-economista-chefe do Banco Mundial Stanley Fischer, presidente do Banco Central de Israel. “Os EUA não podem continuar com esses déficits para sempre”, comentou ele, em um painel sobre “Crescimento versus Austeridade” – o que levou o ex-assessor econômico do presidente Barack Obama, Lawrence Summers a alegar que é cedo para tirar os estímulos fiscais no país.

Moynihan também saiu em defesa das políticas monetária e fiscal nos EUA. “As políticas dos últimos anos são para dar certeza de que os Estados Unidos não retrocederão com deflação, recessão ou manutenção de baixos salários”, disse. “A economia americana está crescendo de novo, o que ajuda a demanda em todo o mundo.”

Ao fim do encontro de Davos, o tom conciliatório adotado pelo presidente do Bank of America foi compartilhado por outros banqueiros, que tiveram uma reunião fechada com autoridades regulatórias, coordenadas pelo presidente do Banco Central europeu, Jean-Claude Trichet. “Devemos dizer ‘obrigado’ aos Bancos Centrais, aos ministros de Finanças, aos reguladores, porque os bancos operam hoje em um sistema financeiro mais sólido e seguro”, declarou o presidente do Barclays, Robert Diamond, em debate, sábado, com a ministra de Finanças Francesa, Christine Lagarde. “A melhor maneira de agradecer é financiar a economia, ter boas políticas de pagamento aos executivos e reforço no capital”, reagiu ela. (SL)

Fonte: Valor Economico

marcos

Professor, Embaixador e Comendador MSc. Marcos Assi, CCO, CRISC, ISFS – Sócio-Diretor da MASSI Consultoria e Treinamento Ltda – especializada em Governança Corporativa, Compliance, Gestão de Riscos, Controles Internos, Mapeamento de processos, Segurança da Informação e Auditoria Interna. Empresa especializada no atendimento de Cooperativas de Crédito e habilitado pelo SESCOOP no Brasil todo para consultoria e Treinamento. Mestre em Ciências Contábeis e Atuariais pela PUC-SP, Bacharel em Ciências Contábeis pela FMU, com Pós-Graduação em Auditoria Interna e Perícia pela FECAP, Certified Compliance Officer – CCO pelo GAFM, Certified in Risk and Information Systems Control – CRISC pelo ISACA e Information Security Foundation – ISFS pelo EXIN.