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Bancos médios vão atrás de sócios

00316763Bancos médios acharam uma alternativa para se capitalizarem, em meio à desaceleração do mercado de cessão de carteiras de créditos após o rombo do Panamericano, e ao aumento do custo de captação no Brasil. Bancos como Pine, Fibra, BVA, Indusval e Tribanco foram buscar sócios no exterior e investidores estratégicos no Brasil.

O objetivo, além de fortalecer a base de capital e conseguir recursos extras para competir no concorrido mercado de crédito, é ter a chancela de um investidor de peso, como a International Finance Corporation (IFC), braço financeiro do Banco Mundial, e o Warburg Pincus, um dos maiores fundos de participação (private equity) do mundo.

Com investidores desse porte entre os acionistas, os bancos conseguem captar a custos mais baixos, especialmente no exterior. O IFC, por exemplo, só aceita pôr recursos em bancos se eles se comprometerem a adotar uma série de práticas diferenciadas de governança corporativa.

As operações anunciadas até agora, algumas delas ainda não concluídas, mostram que bancos menores conseguiram atrair cerca de R$ 800 milhões em recursos. Fontes do setor dizem que o mineiro BMG está à procura de sócio estratégico. Oficialmente, por meio de sua assessoria, o banco nega.

Depois do caso Panamericano, instituições buscam apoio de investidores externos

“Essas operações mostram que principalmente o investidor estrangeiro está confiante no futuro desses bancos, apesar de alguns problemas que estão passando, desde o rombo do Panamericano”, diz João Augusto Salles, analista de bancos da consultoria Lopes Filho. “É uma aposta para o médio e longo prazo.”

Relatório do JP Morgan, assinado pelo analista Frederic de Mariz, destaca que o potencial de crescimento dos bancos médios no crédito é superior ao dos grandes bancos. A previsão para este ano é expansão de 20% a 25%, acima da estimativa para o sistema financeiro, de 15% a 18%.

Expansão. O Banco Indusval & Partners fechou na semana passada a maior operação de capitalização entre os bancos médios. Garantiu R$ 200 milhões e pode conseguir mais R$ 80 milhões se os acionistas minoritários aderirem a oferta de ações para manter a participação no capital do banco, que será feita em abril.

“Vamos usar esses recursos para crescer no crédito a empresas, aumentar o financiamento ao comércio exterior e desenvolver uma área de dívida corporativa”, diz o novo investidor e presidente do Indusval, Jair Ribeiro. Sozinho, ele colocou R$ 30 milhões do banco, que atraiu mais R$ 150 milhões do fundo americano Warburg Pincus e outros R$ 20 milhões dos controladores.

No Pine, a capitalização é menor, de R$ 43,7 milhões. O banco está mais interessado em ter a chancela do DEG (Deutsche Investitions – Und Entwicklungsgesellschaft mbH), um dos cinco maiores bancos da Alemanha. Com isso, o banco pode ter acesso a fontes mais baratas de captação. “Foi o primeiro investimento do DEG em ações no Brasil. Nosso objetivo nessa operação foi encontrar um sócio estratégico”, diz o vice-presidente de operações do Pine, Norberto Zaiet.

O DEG deve ter participação de cerca de 2,8% no capital do banco. Os recursos captados serão usados para financiar operações de crédito do Pine, focado no crédito para empresas.

O Fibra, controlado pela família Steinbruch do Grupo Vicunha, que controla também a CSN, está fazendo uma capitalização de R$ 240 milhões, que inclui recursos da família, do IFC e de investidores estratégicos. O resultado é que os Steinbruch, que tinham 92% do capital, podem perder participação. Se a operação ocorrer como previsto, a participação de investidores minoritários no capital social do Fibra pode chegar a 20%.

Focado no crédito a empresas e varejo, o Fibra fechou 2010 com Índice de Basileia de 13,3%, abaixo dos 17,7% de 2009 e próximo ao mínimo exigido pelo Banco Central, de 11%. Este indicador mede a solvência do banco, quanto pode emprestar sem comprometer sua base de capital. Se a capitalização de R$ 240 milhões ocorrer integralmente, o Basileia deve chegar a 16,2%, dando folga para o banco se expandir no crédito.

O Indusval também vai registrar aumento significativo no Basileia, que vai saltar de 17% para 27%, um dos índices mais altos do mercado financeiro brasileiro, superando até o do Santander (22%). “Mesmo assim, vamos continuar conservadores no crédito, avaliando com cuidado cada operação”, diz o presidente do conselho do banco, Manoel Félix Cintra Neto.

Além de investir no Fibra, o IFC está comprando por R$ 38 milhões em participação no Banco Triângulo (Tribanco), instituição com sede em Uberlândia (MG) que pertence ao grupo atacadista Martins. A operação deve ser concluída nos próximos dias.

Fonte: Altamiro Silva Júnior – O Estado de S.Paulo

marcos

Professor, Embaixador e Comendador MSc. Marcos Assi, CCO, CRISC, ISFS – Sócio-Diretor da MASSI Consultoria e Treinamento Ltda – especializada em Governança Corporativa, Compliance, Gestão de Riscos, Controles Internos, Mapeamento de processos, Segurança da Informação e Auditoria Interna. Empresa especializada no atendimento de Cooperativas de Crédito e habilitado pelo SESCOOP no Brasil todo para consultoria e Treinamento. Mestre em Ciências Contábeis e Atuariais pela PUC-SP, Bacharel em Ciências Contábeis pela FMU, com Pós-Graduação em Auditoria Interna e Perícia pela FECAP, Certified Compliance Officer – CCO pelo GAFM, Certified in Risk and Information Systems Control – CRISC pelo ISACA e Information Security Foundation – ISFS pelo EXIN.