Bancos ganham mais tempo para se adaptar a novo índice de liquidez
Órgãos reguladores do sistema bancário global enfraqueceram um elemento-chave da agenda pós-crise para a criação de um ambiente financeiro mais seguro. O Comitê da Basileia para Supervisão Bancária, responsável por definir regras mundiais, decidiu que o Índice de Cobertura de Liquidez (Liquidity Coverage Ratio, LCR, em inglês), que seria a peça central dos esforços para prevenir uma crise financeira global similar à causada pelo colapso do Lehman Brothers, em 2008, terá sua aplicação faseada ao longo de quatro anos.
Além disso, o comitê disse que os supervisores nacionais teriam “total flexibilidade” na aplicação da regra no futuro, e enfatizou que os bancos seriam autorizados a reduzir seu colchão de liquidez em tempos de crise.
A regra original teria forçado os bancos a manter ativos líquidos suficientes para cobrir todas as suas saídas esperadas em um período de 30 dias, norma a vigorar em 2015. Esse prazo está agora adiado para 1 de janeiro de 2019, e, em 2015, esse índice de cobertura será de apenas 60% das despesas. É importante ressaltar que agora os bancos vão poder usar certas ações, títulos da dívida corporativa e papéis lastreados em hipotecas para cobrir até 15% do seu LCR.
A introdução em etapas da regra “vai assegurar que o padrão de nova liquidez não prejudique de maneira nenhuma a capacidade do sistema bancário global de financiar uma recuperação”, explicou o presidente do Banco da Inglaterra, Mervyn King, em entrevista coletiva.
As mudanças representam um abrandamento significativo da pressão para atender aos novos padrões. Desde o lançamento do LCR, em 2010, os bancos argumentam que seriam forçados a desviar recursos maciços para atender à nova regulamentação, diminuindo o capital disponível para empréstimos a empresas e famílias.
(Dow Jones Newswires )
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