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Bancos de crédito imobiliário economizam US$ 20 bi

HipotecasO Bank of America Corp. (BAC) e o Wells Fargo & Co. (WFC) lideram o grupo de bancos americanos prestadores de serviços em crédito imobiliário que devem ter evitado, conjuntamente, mais de US$ 20 bilhões em custos desde 2007 ao seguir a lei do mínimo esforço em cobranças e arrestos de imóveis por falta de pagamento, segundo mostram estimativas confidenciais do Departamento de Proteção Financeira do Consumidor americano (CFPB, pelas iniciais em inglês).

O órgão divulgou a análise numa apresentação de sete páginas, a 14 de fevereiro, a um grupo de procuradores-gerais dos Ministérios Públicos estaduais capitaneados por Tom Miller, de Iowa, que estão pressionando os bancos a aceitar bilhões de dólares em multas e concessões, entre as quais reduções do principal dos contratos de crédito imobiliário, depois de uma investigação sobre as práticas de arresto de imóveis por inadimplência. Uma penalidade de US$ 5 bilhões seria “baixa demais”, e os bancos têm condições de arcar com valor maior, detectou o departamento.

“Estimativas aproximadas sugerem que as maiores prestadoras de serviços em crédito imobiliário podem ter economizado mais de US$ 20 bilhões por terem investido menos que o necessário no devido atendimento aos mutuários durante a crise”, escreveu o órgão no documento. “Uma penalidade baseada nos custos de atendimento evitados teria pouco efeito sobre o coeficiente de capital de 1ª. linha”, uma medida de solidez financeira, disse a entidade.

O J.P. Morgan Chase & Co. (JPM) e o Citigroup Inc. (C), ambos sediados em Nova York, também estão entre os bancos arrolados como os poupadores das maiores quantias. A estimativa, que abrange o período de 2007 a 30 de setembro do ano passado, pressupõe que “a prestação de serviços especial eficaz” aos contratos inadimplentes de crédito imobiliário teria aumentado os custos das empresas em 75 pontos-base anuais. Um ponto-base equivale a 0,01 ponto percentual.

Em conversações sobre um acordo em prestação de serviços em crédito imobiliário, os órgãos reguladores americanos e os procuradores-gerais dos Ministérios Públicos estaduais aventaram em fevereiro uma possível penalidade de US$ 20 bilhões a US$ 25 bilhões para os bancos, segundo duas pessoas informadas sobre as discussões.

Os bancos estão resistindo às penalidades, alegando que os órgãos federais não encontraram exemplos generalizados de apreensões injustificadas de imóveis por motivo de inadimplência. John Walsh, controlador interino da moeda dos Estados Unidos, disse aos parlamentares americanos no mês passado que a investigação do órgão que representa tinha encontrado apenas “um pequeno número” de arrestos indevidos de imóveis.

A apresentação, que incluía sete slides, foi publicada no site do Huffington Post ontem depois do horário do expediente em Washington. Sua autenticidade foi confirmada para a Bloomberg News por uma pessoa bem-informada sobre as discussões.

Um gráfico de barras exibido na apresentação mostra que o Bank of America, sediado em Charlotte, Carolina do Norte, e o Wells Fago, com sede em São Francisco, podem ter deixado de arcar, cada um, com cerca de US$ 7 bilhões em custos. O gráfico não especifica as quantias exatas. O J.P. Morgan economizou cerca de US$ 5 bilhões, enquanto o Citigroup e a Ally Financial Inc., sediada em Detroit, pouparam cerca de 50% disso, revela o gráfico.

Porta-vozes do Citigroup, do Bank of America e da Ally preferiram não comentar. Kristin Lemkau, porta-voz do J.P. Morgan, não pôde ser contatada.

Teri Schrettenbrunner, porta-voz do Wells Fargo, disse que o banco arcou com vários custos para manter as pessoas nas casas financiadas, entre os quais os de contratação e treinamento de mais de 10.000 “funcionários de preservação de casas” para um total de 16.000 pessoas.

O democrata Miller está negociando com as maiores prestadoras de serviços em crédito imobiliário e com os principais reguladores federais americanos. Os órgãos federais e os procuradores-gerais dos Ministérios Públicos estaduais apresentaram a 3 de março uma proposta de acordo de 27 páginas destinada a fixar padrões para a concessão de empréstimo e a condução de arrestos de imóveis por falta de pagamento. Esse documento não continha quaisquer estimativas das penalidades potenciais.

Em carta de 9 de março ao secretário do Tesouro dos EUA, Timothy F. Geithner, o parlamentar republicano Scott Garrett, de Nova Jersey, que preside a subcomissão de Serviços Financeiros do Congresso americano, criticou o papel do departamento do consumidor nas conversações sobre um acordo, com destaque para Elizabeth Warren, assessora do Departamento do Tesouro e da Casa Branca encarregada da formação do órgão.

O Bank of America, o J.P. Morgan, o Wells Fargo, o Citigroup e o Ally apresentaram uma proposta de 15 páginas aos altos funcionários do governo americano em que expunham suas ideias sobre a maneira de encerrar com acordo acusações de abusos no setor de atendimento a mutuários, segundo matéria do “The Wall Street Journal”.

Fonte: Carter Dougherty, Bloomberg, Valor Economico

marcos

Professor, Embaixador e Comendador MSc. Marcos Assi, CCO, CRISC, ISFS – Sócio-Diretor da MASSI Consultoria e Treinamento Ltda – especializada em Governança Corporativa, Compliance, Gestão de Riscos, Controles Internos, Mapeamento de processos, Segurança da Informação e Auditoria Interna. Empresa especializada no atendimento de Cooperativas de Crédito e habilitado pelo SESCOOP no Brasil todo para consultoria e Treinamento. Mestre em Ciências Contábeis e Atuariais pela PUC-SP, Bacharel em Ciências Contábeis pela FMU, com Pós-Graduação em Auditoria Interna e Perícia pela FECAP, Certified Compliance Officer – CCO pelo GAFM, Certified in Risk and Information Systems Control – CRISC pelo ISACA e Information Security Foundation – ISFS pelo EXIN.