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Auditorias enfrentaram vários escândalos na última década

consultoria e auditoriaO trabalho de Gillermo Oscar Braunbeck começa, de forma um tanto informal para os padrões das teses de doutorado, com a reprodução de um diálogo extraído do livro “A Arte da Política”, do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, em que ele é avisado, em meados de 1995, pelo então presidente do Banco Central, Gustavo Loyola sobre a situação crítica do banco Econômico.

Coincidência que o escândalo do banco PanAmericano, e as sequelas sobre a auditoria, viesse à tona pouco depois de Gillermo Braunbeck defender sua tese “Determinantes da Qualidade das Auditorias Independentes no Brasil”.

“O que o auditor busca é dar uma segurança razoável, o que não inclui a situação de fraude”, disse Braunbeck, ressalvando que seu modelo não se presta a casos específicos.

No entanto, não vale usar como desculpa o fato de o trabalho de auditoria ser baseado em testes. “Esse é o argumento menos válido”, disse o especialista. “Você trabalha estatisticamente, mas com racionalidade. Cerca de 30% dos eventos explicam 80% dos fenômenos, sempre tem concentração”, afirmou.

“A contabilidade olha para o futuro – apesar de todo mundo achar que olha para o passado -, tentando ajudar a prever fluxo de caixa futuro”, disse. “Assim como o contador exerce julgamento para fazer o lançamento contábil, o auditor exerce julgamento para saber se aquilo que foi registrado está lançando o olhar para o futuro da melhor forma possível.”

Os 11 anos do estudo – 1998 a 2008 – pegam uma fase turbulenta do trabalho de auditoria, no Brasil e no exterior. Em 1995, os bancos Econômico e Nacional seriam os primeiros “escândalos” de uma leva de “vítimas da estabilização”. A reação oficial foi o rodízio obrigatório das firmas de auditoria para os bancos, um baque para a autonomia comercial e regulatória do setor. Quatro anos depois a Comissão de Valores Mobiliários (CVM) adotou a medida para todas as companhias abertas.

Para construir sua tese, Braunbeck partiu da teoria recente sobre o assunto, na maior parte estrangeira e com destaque para a do espanhol Benito Arruñada, para quem o auditor tende a ser mais independente quando o custo de informar uma falha detectada – por exemplo, a perda do cliente – é inferior ao custo de não informá-la – como um escândalo de grandes proporções.

Braunbeck pretende atualizar e refinar o estudo com as informações que só estão disponíveis recentemente, como o valor dos honorários pagos aos auditores. “É um indicador importante, porque maior qualidade requer dinheiro”, diz. “Auditor não é entidade filantrópica.”

Economista de formação, Braunbeck trabalhou na Arthur Andersen na área de auditoria. Saiu antes da crise que destruiu a firma, envolvida no escândalo da americana Enron, chamado pela Votorantim Celulose e Papel (VCP) para ser auditor interno. Mais uma vez, escapou da crise dos derivativos em 2008, que colocou o banco do grupo em dificuldades, ao trocar o cargo pela vida acadêmica. Aceitou o convite de seu ex-colega da Andersen Taiki Hirashima para ser sócio da Hirashima Associados, mas em 2009 passou a se dedicar integralmente aos estudos.

Fonte: Nelson Niero, Valor Economico

marcos

Professor, Embaixador e Comendador MSc. Marcos Assi, CCO, CRISC, ISFS – Sócio-Diretor da MASSI Consultoria e Treinamento Ltda – especializada em Governança Corporativa, Compliance, Gestão de Riscos, Controles Internos, Mapeamento de processos, Segurança da Informação e Auditoria Interna. Empresa especializada no atendimento de Cooperativas de Crédito e habilitado pelo SESCOOP no Brasil todo para consultoria e Treinamento. Mestre em Ciências Contábeis e Atuariais pela PUC-SP, Bacharel em Ciências Contábeis pela FMU, com Pós-Graduação em Auditoria Interna e Perícia pela FECAP, Certified Compliance Officer – CCO pelo GAFM, Certified in Risk and Information Systems Control – CRISC pelo ISACA e Information Security Foundation – ISFS pelo EXIN.

2 comentários sobre “Auditorias enfrentaram vários escândalos na última década

  • Olá, sou aluno da Universidade Estadual do Oeste do Paraná e estou começando a fazer meu projeto de tcc e pensei em abordar o assunto dos maiores escandalos financeiros das empresas de auditorias na ultima década, 2002-2012, o senhor tem algum material que possa me auxiliar em minha pesquisa?

    Desde já agradeço pela sua colaboração, abraços.

  • O meu ultimo livro (Gestão de Riscos com Controles Internos) possui um capitulo somente com casos de fraudes dos últimos anos e documentário da Enron pode lhe ajudar.

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