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Ações sobem com expectativa de venda do BicBanco

Depois da divulgação de um comunicado que deixa subentendido que seu controle está à venda, as ações do BicBanco encerraram o pregão de ontem com alta de 9,86%, cotadas a R$ 4,9. O desempenho deixou para trás a valorização de 0,91% do Ibovespa.

“Não há qualquer confirmação de que quaisquer negócios para a alienação do controle acionário da companhia venham a ser concluídos”, diz o BicBanco, controlado pela família Bezerra de Menezes. “Os acionistas controladores informaram a companhia que não há quaisquer documentos vinculativos celebrados com terceiros.”

Segundo o Valor apurou, com o objetivo de ingressar no Brasil, o China Construction Bank (CCB) chegou a analisar os números do BicBanco. O que interessa ao banco estatal chinês é uma licença para operar no país. Por isso, tem mantido conversações com alguns bancos, entre eles o BicBanco.

Em meados do ano passado, o CCB esteve prestes a fechar a compra do WestLB no Brasil, banco de pequeno porte que acabou sendo adquirido pelo japonês Mizuho. Naquela época, o CCB chegou a afirmar que teria apetite para investir cerca de US$ 500 milhões na aquisição de um banco no Brasil.

Apesar de o comunicado do BicBanco ter animado os investidores ontem, os papéis do banco ainda acumulam uma desvalorização de 23,66% neste ano, em comparação à queda de 10,42% do Ibovespa.

Dúvidas sobre a qualidade da carteira de crédito do BicBanco, somadas ao mau humor dos investidores em relação aos bancos médios, também derrubaram o valor dos títulos de dívida externa da instituição alguns meses atrás.

Em agosto, a agência de classificação de risco Moody’s rebaixou as notas dadas ao BicBanco citando o enfraquecimento da rentabilidade e da qualidade dos ativos.

Naquele mês, os bônus subordinados com vencimento em 2020 chegaram a ser negociados no mercado secundário a menos de 60% de seu valor de face. A situação só se reverteu depois que o BicBanco anunciou que recompraria parte dos papéis por considerar que os preços não correspondiam “minimamente a seu valor justo”.

Ontem, os títulos operavam estáveis. No fim da tarde, os bônus de 2020 eram negociados a 87,5% de seu valor de face, com retorno ao investidor de 11,23% ao ano. Os bônus de uma emissão sênior que vence em 2015 valiam 90,25% de seu preço cheio.

Neste mês, o BicBanco informou que em junho o banco e alguns de seus administradores foram multados pelo Banco Central. No documento, o BicBanco diz que a autoridade considerou que “a gestão da carteira de crédito da instituição teria sido em desacordo com as práticas de boa gestão e segurança operacional”.

Em 2011 e 2012, o BicBanco fez provisões de cerca de R$ 1 bilhão para créditos, um volume superior à média histórica do banco. Um dos problemas estaria nos desembolsos feitos para fornecedores da Petrobras. Uma série de empresas da cadeia do petróleo tem entrado em dificuldades financeiras. Clientes do BicBanco, como a GDK, pediram recuperação judicial. O Valor apurou que o BicBanco é o banco médio que mais fez desembolsos para o Progredir, programa de financiamento a fornecedores da Petrobras.

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marcos

Professor, Embaixador e Comendador MSc. Marcos Assi, CCO, CRISC, ISFS – Sócio-Diretor da MASSI Consultoria e Treinamento Ltda – especializada em Governança Corporativa, Compliance, Gestão de Riscos, Controles Internos, Mapeamento de processos, Segurança da Informação e Auditoria Interna. Empresa especializada no atendimento de Cooperativas de Crédito e habilitado pelo SESCOOP no Brasil todo para consultoria e Treinamento. Mestre em Ciências Contábeis e Atuariais pela PUC-SP, Bacharel em Ciências Contábeis pela FMU, com Pós-Graduação em Auditoria Interna e Perícia pela FECAP, Certified Compliance Officer – CCO pelo GAFM, Certified in Risk and Information Systems Control – CRISC pelo ISACA e Information Security Foundation – ISFS pelo EXIN.