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Ações do Cruzeiro do Sul ficarão suspensas na Bolsa

Após a intervenção do Banco Central no Cruzeiro do Sul, o cenário mais provável é a venda da instituição. A devolução aos controladores – a família Indio da Costa – foi descartada pelo diretor executivo do Fundo Garantidor de Crédito (FGC), Antonio Carlos Bueno. Ainda não se sabe o exato tamanho do rombo do banco – estimado neste momento em cerca de R$ 1,3 bilhão. Enquanto o valor é apurado, as ações vão ficar suspensas da Bolsa.

A administração temporária deve durar 180 dias e pode ser prorrogada por mais 180. Bueno acredita que deve resolver o caso nos primeiros meses e que não será preciso uma renovação do prazo.

Bueno ressalta que o Cruzeiro do Sul não está com problema de caixa. “É um problema de patrimônio”, disse ele, destacando que ainda não se sabe qual o exato valor hoje do patrimônio da instituição. Para averiguar os números, foi contratada a auditoria PriceWaterhouse. A expectativa é que demore cerca de 60 dias para se conhecer o valor.

Intervenção

O Banco Central notificou o Cruzeiro do Sul sobre os problemas e a necessidade de capitalização há cerca de 15 a 20 dias. O controlador do banco procurou então o FGC para tentar uma solução. Como não haveria garantias reais, o FGC não teve como fazer um aporte direto na instituição. No caso do PanAmericano, essas garantias existiam, dos bens de Silvio Santos, e por isso foi feito um aporte. “Nunca aceitamos como garantias ações de bancos.”

O Cruzeiro do Sul chegou a ser negociado para a venda, mas Bueno disse que havia muitas incertezas sobre a real situação do banco. Por isso, optou-se por não vender a instituição agora e entrar com o regime de administração temporária para sanear a instituição. O objetivo do FGC é evitar perdas aos credores.

O FGC foi notificado pelo Banco Central na quinta-feira. Os problemas do Cruzeiro do Sul foram detectados em uma carteira de crédito específica e antiga, dentro dos balanços do banco, disse Bueno, sem dar mais detalhes. Os fundos de recebíveis serão examinados agora.

Credores

Se o Cruzeiro do Sul fosse liquidado, o FGC teria de arcar com R$ 2,2 bilhões no banco, incluindo DPGE (depósito a prazo com garantia do Fundo) e mais depósitos. Além disso, o Cruzeiro do Sul tem mais R$ 2,8 bilhões em passivos no exterior.

O FGC afirmou, contudo, que não vai garantir os bônus externos emitidos pelo banco. Apesar de não garantir os bônus, Bueno disse que não se prevê calotes e que o FGC vai tentar não dar prejuízo aos credores. O executivo destacou que nenhuma operação do banco terá liquidação antecipada por conta da intervenção decretada pelo BC.

O Cruzeiro do Sul, que tem como um dos focos principais o crédito consignado e vinha sendo há tempos alvo de rumores sobre dificuldades financeiras, interessava ao Banco BTG Pactual – atualmente controlador do próprio Panamericano. O BTG chegou a fazer oferta de compra. No sábado à noite, no entanto, essas negociações foram encerradas, já que os valores oferecidos foram considerados baixos.

Fonte: Altamiro Silva Júnior, da Agência Estado

marcos

Professor, Embaixador e Comendador MSc. Marcos Assi, CCO, CRISC, ISFS – Sócio-Diretor da MASSI Consultoria e Treinamento Ltda – especializada em Governança Corporativa, Compliance, Gestão de Riscos, Controles Internos, Mapeamento de processos, Segurança da Informação e Auditoria Interna. Empresa especializada no atendimento de Cooperativas de Crédito e habilitado pelo SESCOOP no Brasil todo para consultoria e Treinamento. Mestre em Ciências Contábeis e Atuariais pela PUC-SP, Bacharel em Ciências Contábeis pela FMU, com Pós-Graduação em Auditoria Interna e Perícia pela FECAP, Certified Compliance Officer – CCO pelo GAFM, Certified in Risk and Information Systems Control – CRISC pelo ISACA e Information Security Foundation – ISFS pelo EXIN.