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Instituição está sob suspeita de fraude contábil de R$ 1,3 bilhão

O Banco Cruzeiro do Sul, da família Indio da Costa, sofreu intervenção do Banco Central sob suspeita de fraude contábil de R$ 1,3 bilhão envolvendo empréstimos que podem jamais ter existido. Os dirigentes foram afastados e tiveram os bens bloqueados.

Pela primeira vez, o BC nomeou como interventor o FGC (Fundo Garantidor de Créditos), instituição criada para garantir as aplicações dos correntistas, mas que nos últimos anos vinha socorrendo instituições em dificuldades, como o PanAmericano.

No caso do Cruzeiro do Sul, a injeção de dinheiro se deu por meio da compra de fundos de investimento constituídos por empréstimos feitos pelo Cruzeiro do Sul -a maioria crédito consignado do INSS e de servidores, que têm baixa inadimplência.

O papel do FGC será tocar o dia a dia do banco, apurar a situação contábil (o rombo tornou o banco com patrimônio negativo, impedindo-o de fazer empréstimos) e prepará-lo para a venda.

“Não passamos a mão na cabeça de ninguém. Queremos organizar e sair o mais rápido possível. Vimos chance de minimizar os prejuízos”, diz Antonio Carlos Bueno, diretor-executivo do FGC.

Em todo caso, o banco não volta para Luis Octavio Indio da Costa, antigo controlador e primo do ex-deputado Antônio Pedro de Siqueira Indio da Costa, que foi vice na chapa de José Serra em 2010.

Se quebrasse, o FGC teria de cobrir prejuízo de R$ 2,2 bilhões -R$ 2,1 bilhões em CDBs de grandes investidores, vendidos com garantia integral, e R$ 100 milhões de pequenos investidores, com cobertura de até R$ 70 mil.

Segundo Celso Antunes, novo administrador, o banco segue normalmente suas atividades. Com exceção de alguns postos importantes, não há mudanças previstas no quadro de funcionários.

APORTE OU VENDA

Os problemas foram descobertos há pouco mais de um mês pelo BC, que exigiu aporte de recursos dos controladores ou a venda.

No fim de semana fracassou a negociação com o BTG Pactual, e o BC interveio.

Diferentemente do PanAmericano, antigo banco de Silvio Santos, no Cruzeiro do Sul as possíveis fraudes não estavam ligadas à venda de carteiras de financiamentos.

O BC percebeu que não havia evidências de que alguns empréstimos registrados foram realmente concedidos.

Diante da situação, os interventores pediram à Bolsa que suspendesse a negociação das ações até que tenham um ideia melhor do rombo. Isso pode levar até 60 dias.

Procurado pela Folha, Indio da Costa disse que não poderia falar sobre o caso.

Nada muda para quem tem CDB ou tomou crédito

Os interventores dizem que seguirão honrando todos os compromissos do banco, como o vencimento de aplicações ou mesmo pagamento antecipado de quem decidir interromper antes do prazo. Nada muda também para quem fez ou pretende fazer empréstimo consignado com desconto em folha.

Fonte: Toni Sciarretta, Folha de S.Paulo

marcos

Professor, Embaixador e Comendador MSc. Marcos Assi, CCO, CRISC, ISFS – Sócio-Diretor da MASSI Consultoria e Treinamento Ltda – especializada em Governança Corporativa, Compliance, Gestão de Riscos, Controles Internos, Mapeamento de processos, Segurança da Informação e Auditoria Interna. Empresa especializada no atendimento de Cooperativas de Crédito e habilitado pelo SESCOOP no Brasil todo para consultoria e Treinamento. Mestre em Ciências Contábeis e Atuariais pela PUC-SP, Bacharel em Ciências Contábeis pela FMU, com Pós-Graduação em Auditoria Interna e Perícia pela FECAP, Certified Compliance Officer – CCO pelo GAFM, Certified in Risk and Information Systems Control – CRISC pelo ISACA e Information Security Foundation – ISFS pelo EXIN.