Safra é processado em Nova York por caso Madoff
O administrador de massa falida que busca recuperar recursos das vítimas do “esquema Ponzi” (conhecido no Brasil como pirâmide financeira, em que o dinheiro dos novos aplicadores serve para pagar os resgates dos antigos) operado nos Estados Unidos por Bernard Madoff está processando a unidade comercial de um private banking brasileiro em Nova York em aproximadamente US$ 111,7 milhões.
O processo, impetrado na segunda-feira pelo administrador da massa falida de Madoff, Irving Picard, no Tribunal Federal de Falências, em Manhattan, busca recuperar transferências alegadamente feitas para o Safra National Bank of New York por vários fundos do Fairfield Greenwich Group. O Safra National Bank é a unidade de private banking do banco brasileiro Safra para investidores extremamente ricos.
Na segunda-feira, Irving Picard estabeleceu um acordo com os responsáveis pela liquidação dos fundos do Fairfield Greenwich para levar adiante suas reivindicações e acionar conjuntamente os proprietários desses fundos. O Fairfield Greenwich era o maior repassador de recursos para o esquema de Madoff.
“O Safra New York sabia ou deveria saber das numerosas irregularidades relacionadas a investir por meio da Bernard L. Madoff Investment Securities, dado seu histórico e seus próprios investimentos”, diz o processo. Um telefonema para o Safra em Nova York não foi imediatamente respondido ontem. Procurado também no Brasil peloValor, o Banco Safra não se manifestou.
Como parte do acordo fechado segunda-feira com Picard, o Fairfield Group desistiu de reivindicar perdas de US$ 1 bilhão de seus investidores, e os dois lados concordaram em dividir futuros recursos recuperados de alegadas fraudes realizadas por operadores do fundo de Madoff e outros.
A maioria das receitas será usada nos esforços de recuperação de recursos de Picard em favor das vítimas de Madoff. O autor do maior golpe do mercado está atualmente cumprindo pena de 150 anos de prisão, após ter admitido, em 2009, ter fraudado investidores por décadas.
Fonte: Chad Bray, The Wall Street Journal, de Nova York, Valor Economico