“Madoff mineiro” não queria dar golpe em ninguém, diz advogado
O empresário Thales Emanuelle Maioline, suspeito de desviar pelo menos R$ 50 milhões de um fundo de investimento, não quis prejudicar ninguém, segundo seu advogado. “Ele não tinha intenção nenhuma de dar golpe”, afirmou o defensor Moisés Assis.
Maioline depôs nesta segunda-feira na Delegacia de Defraudações da Polícia Civil de Minas, em Belo Horizonte, após se entregar no domingo.
Ele é investigado por suspeita de estelionato e teve prisão preventiva decretada em agosto. Maioline estava desaparecido desde julho.
O “Clube dos Vencedores”, fundo criado por Maioline, era semelhante à pirâmide do operador americano Bernard Madoff, que está preso há dois anos. Ou seja, tinha a necessidade de captar constantemente novos clientes para pagar juros e bônus a investidores mais antigos. Segundo a investigação, os interessados em participar do fundo faziam um investimento mínimo de R$ 2.500.
A promessa do fundo era de retorno de 5% do valor aplicado a cada mês, acrescido de um bônus sobre o valor inicial a cada seis meses. Cerca de 2.000 pessoas podem ter aplicado dinheiro no fundo criado pela Firv – Consultoria e Administração de Recursos Financeiros, empresa de Maioline.
Segundo o advogado, Maioline “insiste na tese” de que todas suas ações eram legais e que operava como pessoa física no mercado. Assis disse que Maioline deve depor de novo na terça e quarta-feira. Só depois a defesa decidirá se pedirá a liberdade dele. A polícia disse que só comentará o caso na terça.
O advogado afirmou que seu cliente estava foragido na Bolívia por medo após ter sofrido ameaças de morte. “Ele continua com esse receio.” Assis disse que foi constituído advogado de Maioline em novembro e que, desde então, eles montavam uma estratégia de retorno ao Brasil e entrega à polícia.
Fonte: Rodrigo Vizeu, Valor Economico