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Por que a honestidade incomoda tanto?

Imagem relacionadaO assunto do momento foi a postura do jogador do SPFC, Rodrigo Caio, depois do clássico com o Corinthians, no último domingo, no Morumbi. Nem todo o elenco são-paulino aprovou a postura do zagueiro, que avisou o árbitro de que tinha acertado o goleiro do seu time, o Renan Ribeiro, e segundo matéria do portal UOL, levou um puxão de orelha de parte do elenco no vestiário após fair play.

No portal da Sportv, localizamos a matéria em que o jogador Rodriguinho do Corinthians, disse que: “a atitude do Rodrigo foi muito nobre, de uma honestidade impressionante. Isso deveria ser exercido em várias outras profissões, isso faria um Brasil bem melhor. Esse tipo de malandragem, de levar vantagem, é um hábito, é o jeitinho brasileiro, é uma coisa que a gente tem que melhorar muito. Foi uma atitude pequena de uma grandiosidade impressionante. Isso nos deixa muito feliz”.

Na revista Veja, identificamos outra informação, “A gente deveria respeitar a atitude do Rodrigo. Foi o que ele quis fazer na hora. Se foi certo ou não, é da consciência de cada um. Mas eu prefiro a mãe do meu adversário chorando em casa do que a minha”, afirmou Maicon, que concedeu entrevista coletiva na tarde desta segunda-feira. Questionado se teria a mesma atitude, o companheiro de zaga se esquivou da resposta. “Não posso dizer, não aconteceu comigo”, resumiu.

Bom resumindo, por que o ato de honestidade incomodou tanto? Incomodou, pois ele fez o correto, e como estamos acostumados a ver tanto coisa errada, quando acontece algo que deveria ser padrão, todos fazem questão de evidenciar, mas as redes sociais, não pensam assim, principalmente os torcedores mais fanáticos, estão detonando o jogador, até diretor do time chamou a atenção dele pelo fato.

Portanto, trazendo para o mundo atual, seja corporativo, seja na comunidade, seja onde estivermos, a conduta e ética deveria ser uma premissa essencial, mas não é assim, afinal o futebol é a coisa mais importante dentre as coisas menos importantes, segundo Arrigo Sacchi, devemos avaliar melhor as questões de corrupção, a violência e tantos outros desmandos históricos e crescentes no Brasil são o resultado da impunidade e da falta de caráter de muita gente, basta observar o que foi levantado nos três anos de Operação Lava Jato e as delações premiadas.

Nós profissionais de compliance que temos a árdua missão de fazer com que as coisas sejam feitas da maneira correta, honesta e dentro dos padrões, ficamos assustados com a repercussão contra a atitude do jogador, onde parece que temos que ser malandros e devemos nos omitir perante as ações errôneas ou equivocadas das pessoas, não dá para ser assim, imaginem pessoas que criticam atos de honestidade, com este pensamento à frente de sua empresa ou de uma empresa que você tenha investido suas economias? Será que temos que ser honestos somente em alguns casos? Fica aqui minha indignação.

* Marcos Assi é professor e consultor da MASSI Consultoria e Treinamento – Prêmio Anita Garibaldi 2014 e Prêmio Giuseppe Garibaldi 2016, Comendador Acadêmico com a Cruz do Mérito Acadêmico da Câmara Brasileira de Cultura, professor de MBA na FECAP, Saint Paul Escola de Negócios, Centro Paula Souza, FIA, FADISMA, entre outras, autor dos livros “Controles Internos e Cultura Organizacional”, “Gestão de Riscos com Controles Internos”, “Gestão de Compliance e seus desafios” e “Governança, riscos e compliance” todos pela Saint Paul Editora.

marcos

Professor, Embaixador e Comendador MSc. Marcos Assi, CCO, CRISC, ISFS – Sócio-Diretor da MASSI Consultoria e Treinamento Ltda – especializada em Governança Corporativa, Compliance, Gestão de Riscos, Controles Internos, Mapeamento de processos, Segurança da Informação e Auditoria Interna. Empresa especializada no atendimento de Cooperativas de Crédito e habilitado pelo SESCOOP no Brasil todo para consultoria e Treinamento. Mestre em Ciências Contábeis e Atuariais pela PUC-SP, Bacharel em Ciências Contábeis pela FMU, com Pós-Graduação em Auditoria Interna e Perícia pela FECAP, Certified Compliance Officer – CCO pelo GAFM, Certified in Risk and Information Systems Control – CRISC pelo ISACA e Information Security Foundation – ISFS pelo EXIN.