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Polícia investiga repasses do PanAmericano a procurador do Município de SP

Uma investigação da Polícia Federal sobre o uso do banco PanAmericano para financiar contribuições políticas elegeu como um dos seus alvos principais um homem que recebeu sozinho R$ 6,6 milhões do banco durante a campanha eleitoral de 2010.

Auditores que examinaram os livros do PanAmericano no início deste ano identificaram essa pessoa como o advogado Gianfrancesco Genoso, 47, que é procurador do município de São Paulo e diz ter mantido o banco como seu cliente nos últimos dois anos.

Os auditores não encontraram na contabilidade do PanAmericano nenhum contrato assinado por Genoso com o banco e nenhum documento que justificasse os pagamentos feitos ao advogado, de acordo com um relatório obtido pela Folha.

Genoso ocupa atualmente o cargo de procurador-chefe da Fazenda e representa os interesses da Prefeitura de São Paulo no Tribunal de Contas do Município. Ele também advoga para empresas privadas porque ingressou na carreira de procurador numa época em que era permitido acumular as duas atividades.

Os recibos dos pagamentos feitos a Genoso foram localizados pelos auditores depois que o BTG Pactual comprou as ações do empresário Silvio Santos e assumiu o controle do PanAmericano.

Eles estavam dentro de uma pasta com documentos que, segundo os funcionários do banco, eram associados pelos antigos diretores do PanAmericano a “campanhas institucionais”.

A mesma pasta guardava o recibo de uma contribuição de R$ 300 mil que uma empresa ligada ao banco fez ao diretório nacional do PT em maio de 2010, conforme a Folha revelou na quinta-feira.

Os auditores também encontraram na pasta recibos de repasses feitos ao então diretor jurídico do PanAmericano, Luiz Augusto Teixeira Carvalho Bruno, no valor total de R$ 1,5 milhão, de julho a setembro do ano passado.

Os depósitos recebidos por Genoso foram feitos pelo PanAmericano entre julho e novembro, o que deixou os auditores intrigados e chamou a atenção da PF.

O procurador foi interrogado pela polícia em agosto deste ano e negou ter atuado como intermediário de doações políticas do banco.

Ele disse ter sido contratado pelo PanAmericano para levantar suas pendências jurídicas na época em que a Caixa Econômica Federal comprou uma participação de 36% no banco.

Genoso entregou à PF um contrato que diz ter assinado com a administradora de cartões de crédito do PanAmericano em julho de 2009 e disse não entender por que os auditores não localizaram o documento no banco.

Mas a Caixa virou sócia do PanAmericano em dezembro de 2009 e os pagamentos identificados pelos auditores só começaram a ser feitos mais de seis meses depois.

A PF deve chamar Genoso para prestar esclarecimentos de novo. Em setembro, quando pediu abertura de um inquérito para apurar as doações políticas do PanAmericano, o delegado Milton Fornazari Júnior disse que era preciso um “maior aprofundamento das investigações”.

O inquérito que tem Genoso como alvo é um desdobramento das investigações sobre as fraudes que provocaram um rombo de R$ 4,3 bilhões no PanAmericano antes do afastamento de Silvio Santos e seus executivos.

Procurador nega ter feito doações para campanha

O procurador Gianfrancesco Genoso negou que tenha feito contribuições para campanhas políticas, de forma oficial ou disfarçada.
“Não tenho vínculo com o PT e não fiz doações ao partido”, disse Genoso, que foi indagado especificamente sobre o PT pela Polícia Federal.

“Meu envolvimento nessa investigação é uma piada de mau gosto. Já entreguei à PF o contrato que comprova a prestação dos serviços”, acrescentou.

O procurador disse que trabalhou em caráter confidencial para o PanAmericano para verificar a situação dos processos judiciais do banco.

Um dos objetivos do serviço era identificar problemas que pudessem atrapalhar as negociações que estavam em curso com a Caixa Econômica Federal em 2009.

“Não tenho culpa se dentro do banco não acharam o meu contrato,” disse. “O contrato foi assinado, o serviço foi prestado e tive, inclusive, de esperar muito para receber o pagamento”, disse.

Genoso apontou que o delegado responsável pelo caso declarou, em representação à Justiça, que o depoimento dele e o contrato de prestação de serviços “não corroboram de plano a verossimilhança das denúncias, o que demanda maior aprofundamento das investigações”.

“Quando eu for novamente chamado pela PF essa questão será definitivamente esclarecida”, afirmou.

Fonte: Flávio Ferreira, Julio Wiziack e Toni Aciarretta, Folha de S.Paulo

marcos

Professor, Embaixador e Comendador MSc. Marcos Assi, CCO, CRISC, ISFS – Sócio-Diretor da MASSI Consultoria e Treinamento Ltda – especializada em Governança Corporativa, Compliance, Gestão de Riscos, Controles Internos, Mapeamento de processos, Segurança da Informação e Auditoria Interna. Empresa especializada no atendimento de Cooperativas de Crédito e habilitado pelo SESCOOP no Brasil todo para consultoria e Treinamento. Mestre em Ciências Contábeis e Atuariais pela PUC-SP, Bacharel em Ciências Contábeis pela FMU, com Pós-Graduação em Auditoria Interna e Perícia pela FECAP, Certified Compliance Officer – CCO pelo GAFM, Certified in Risk and Information Systems Control – CRISC pelo ISACA e Information Security Foundation – ISFS pelo EXIN.