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País precisa aumentar formação técnica

Profissionais 1O nível de desocupação caiu fortemente nos últimos anos para trabalhadores de todas as faixas de escolaridade. Mas algumas discrepâncias -dependendo do número de anos de estudo- se exacerbaram.

Em 2002, a taxa de desemprego do grupo com 9 a 10 anos de estudo era três vezes maior do que a dos trabalhadores com escolaridade igual ou inferior a quatro anos. No ano passado, essa diferença havia saltado para sete vezes.

Trabalhadores com ensino médio incompleto são, de longe, os que mais têm dificuldade de conseguir vaga.

Mesmo com o desemprego no menor nível desde, pelo menos, 2002, e empresários reclamando da falta de mão de obra, a taxa de desocupação desse grupo foi de 22% no ano passado.

O segundo maior nível de desemprego está entre aqueles que concluíram o ensino médio: 6,1%.

Esse número é baixo se considerada a taxa de desemprego média de 9,6% do país nos últimos nove anos. Mas é o dobro da taxa de desocupação entre trabalhadores muito qualificados (mais de 15 anos de estudo) ou com pouco estudo (quatro anos ou menos).

“Esses números refletem a dificuldade dos jovens, cuja escolaridade tem aumentado, em conseguir o primeiro emprego”, diz Ruben Damião, sócio da Galeão Serviços de Investimentos.

CARÊNCIAS

Pedro Paulo Carbone, diretor-executivo do Ibmec Brasília, acredita que, se o governo não investir em cursos profissionalizantes, o desemprego para quem tem entre 9 e 11 anos de estudo tende a crescer: “A educação de segundo grau é inócua ou pouco efetiva para o mercado de trabalho atual. Serve apenas como ponte à universidade”.

Mesmo em relação ao ensino superior (trabalhadores desse grupo são os que enfrentam a menor taxa de desemprego), especialistas dizem que há distorções e carências que precisam ser atacadas no Brasil.

“Com a privatização do ensino superior, as empresas estão preocupadas em ter lucro. Oferecem cursos baratos para atrair a população de baixa renda, que está mais preocupada com o valor da mensalidade do que com a qualidade do conteúdo do curso”, afirma Clemente Ganz Lucio, diretor-técnico do Dieese.

Segundo os especialistas, para dar continuidade ao crescimento, o país precisa de pessoas com formação em áreas como engenharia, ciências exatas, estatística, matemática e informática. “Não adianta somente formar administradores e advogados. O mercado precisa de mão de obra em outras áreas”, diz Ganz Lucio.

Gabriela Nobre Viana, 29, psicóloga com pós-graduação em gestão de RH, está prestes a desistir de procurar emprego em sua área. “Estou buscando há muito tempo e agora penso em partir para outra área de maior demanda”, diz a psicóloga.

FALTA DE EXPERIÊNCIA AFETA PESSOAS DE BAIXA RENDA

Jovens de famílias de baixa renda são os que mais sofrem com o desemprego.

Enfrentam a barreira da falta de experiência para conseguir o primeiro trabalho, do qual dependem para ter uma melhor qualificação.

“Até gostaria de cursar uma faculdade. Mas com uma filha, aluguel e sem emprego, não há como voltar a estudar agora”, diz Janaína Alves dos Santos, 25.

Com diploma de ensino médio, Luiz Guilherme Santilli, 18, está procurando uma ocupação com carteira assinada desde 2009.

Apesar de ter no currículo um curso técnico em mecânica automobilística, setor que cresce significativamente, Santilli ainda não conseguiu uma chance: “O maior problema é a falta de experiência. Mas como você vai ganhar experiência se ninguém te dá a primeira chance?”

Diferente de Janaína e Santilli, o pedreiro Josué dos Santos, 41, tem sete anos de estudo e não fica desempregado há quase uma década.

Mas Santos vive o drama do desemprego com o filho Jhonathan, 17, que terminou o ensino médio e não consegue emprego com carteira assinada. Enquanto isso, faz bicos de ajudante de pedreiro com o pai. “Com o diploma, ele deveria conseguir um emprego melhor, mas até agora não apareceu nada”, afirma Santos.

Fonte: Erica Fraga e Claudia Rolli, Folha de S.Paulo

marcos

Professor, Embaixador e Comendador MSc. Marcos Assi, CCO, CRISC, ISFS – Sócio-Diretor da MASSI Consultoria e Treinamento Ltda – especializada em Governança Corporativa, Compliance, Gestão de Riscos, Controles Internos, Mapeamento de processos, Segurança da Informação e Auditoria Interna. Empresa especializada no atendimento de Cooperativas de Crédito e habilitado pelo SESCOOP no Brasil todo para consultoria e Treinamento. Mestre em Ciências Contábeis e Atuariais pela PUC-SP, Bacharel em Ciências Contábeis pela FMU, com Pós-Graduação em Auditoria Interna e Perícia pela FECAP, Certified Compliance Officer – CCO pelo GAFM, Certified in Risk and Information Systems Control – CRISC pelo ISACA e Information Security Foundation – ISFS pelo EXIN.