Notícias

Pagamentos móveis, dinheiro na linha

O nó dos pagamentos efetuados por meio de dispositivos móveis – como telefones celulares e tablets – vai começar a ser desatado. O Banco Central (BC) e o Ministério das Comunicações vão discutir a regulamentação dessas transações financeiras, consideradas um dos maiores negócios para as empresas de telefonia e operadoras de cartões. Segundo Aldo Mendes, diretor de Política Monetária do BC, a comissão deve apresentar, em 90 dias, a base para o marco regulatório do setor. Mesmo assim, ainda vai levar tempo para esses processos saírem do papel (ou do silício). “O pagamento móvel é um dinheiro novo e, portanto, é um desafio para os reguladores”, disse Mendes em São Paulo na terça-feira 10. Atualmente, os pagamentos móveis são vinculados ao sistema financeiro.

Eles funcionam como um cartão pós-pago e são uma linha de crédito concedida por um banco. O governo quer permitir o uso de sistemas pré-pagos para atender os brasileiros sem acesso a serviços bancários. Os cartões pré-pagos em operação só servem para alguns propósitos, como vale-alimentação. Outros usos têm de ser aprovados pelo BC. Algumas características do marco legal já foram definidas. Os sistemas têm de ser simples, universais, devem interagir com todas as empresas envolvidas, ser seguros, competitivos e adaptáveis às tecnologias existentes. O diretor do BC afirmou que, em uma segunda etapa, o sistema vai permitir pagar benefícios como os do Bolsa Família e os do INSS. Essa discussão é fundamental para permitir que esses pagamentos se tornem realidade.

Por enquanto, bancos, telefônicas e administradoras de cartão de crédito estão de mãos atadas. “Está tudo pronto para lançar os serviços de pagamentos móveis, mas falta o arcabouço legal”, diz Maurício Romão, diretor de produtos e serviços da Vivo. Já há algumas definições. Quando o proprietário de um celular pré-pago compra minutos em uma banca de jornal ou em uma casa lotérica, por exemplo, a operadora paga ao estabelecimento para prestar esse serviço. As recargas processadas por bancos e empresas de cartão de crédito serão mais baratas. No pagamento de contas o ônus ficará para a empresa prestadora de serviço, como hoje ocorre no caso da emissão de boletos bancários. Finalmente, nas compras no comércio, a remuneração funcionará nos moldes dos cartões de débito e crédito, com as empresas cobrando do comerciante um percentual sobre o valor da compra.

“Em todos esses casos, o cliente não será cobrado”, afirmou Romão. O usuário só paga no caso de saques e transferências. “O consenso é que não será cobrado dos consumidores o tráfego gerado pelos pagamentos eletrônicos, como as mensagens de texto para comprovação de que uma compra foi realizada”, afirmou Gabriel Ferreira, superintendente de serviços da Oi Paggo. Ferreira não detalhou como a operadora, o Banco do Brasil e a Cielo vão dividir as tarifas. Mesmo com tantos pontos já acertados, ainda será preciso discutir a incidência de impostos, a cobrança de tarifas e se o BC vai exigir ou não a possibilidade de incidência de um depósito compulsório no dinheiro depositado nas contas móveis. Mendes afirmou que são assuntos para uma segunda etapa da regulação. “Ainda há muito a ser discutido”, disse.
39.jpg
Fonte: Fernanda PRESSINOTT, Istoé Dinheiro

marcos

Professor, Embaixador e Comendador MSc. Marcos Assi, CCO, CRISC, ISFS – Sócio-Diretor da MASSI Consultoria e Treinamento Ltda – especializada em Governança Corporativa, Compliance, Gestão de Riscos, Controles Internos, Mapeamento de processos, Segurança da Informação e Auditoria Interna. Empresa especializada no atendimento de Cooperativas de Crédito e habilitado pelo SESCOOP no Brasil todo para consultoria e Treinamento. Mestre em Ciências Contábeis e Atuariais pela PUC-SP, Bacharel em Ciências Contábeis pela FMU, com Pós-Graduação em Auditoria Interna e Perícia pela FECAP, Certified Compliance Officer – CCO pelo GAFM, Certified in Risk and Information Systems Control – CRISC pelo ISACA e Information Security Foundation – ISFS pelo EXIN.