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Ocupe Wall Street: Pequenos desafiam poder de banco grande no Brasil

O movimento de contestação ao sistema financeiro “Ocupe Wall Street” ganhou uma versão local no Brasil, porém focada contra a atuação das grandes instituições financeiras, que impõem preços e padrões de serviço.

Diferentemente dos EUA, onde é um movimento social, a bandeira aqui é levantada por corretoras independentes, butiques de investimentos, cooperativas de crédito e instituições financeiras de pequeno porte que desafiam a concentração do setor oferecendo taxas competitivas e serviços diferenciados.

Se nos EUA os manifestantes pregam a retirada dos depósitos mantidos nos bancos para levar às cooperativas de crédito, sem fins lucrativos, os contestadores no Brasil tentam romper o preconceito quanto à fragilidade das pequenas instituições.

Um dos argumentos é a segurança total para os CDBs e contas até R$ 70 mil.

Cooperativas de crédito como a Secres (funcionários da Sabesp) oferecem taxas de 1,49% ao mês para “adiantar” o dinheiro da restituição do Imposto de Renda. No Bradesco e no Santander, a taxa é de 2,45% e 3,29% ao mês.

“É trabalho de formiguinha para fazer a pessoa deixar o glamour do banco e vir para cooperativa”, disse Aruam Andriolo, consultor da ANCC (Associação Nacional das Cooperativas de Crédito).

Taxa de administração mais baixa e rentabilidade superior convenceram o professor de filosofia Marciano Tadeu de Souza, 34, a trocar um dos maiores bancos brasileiros por uma corretora.

Para isso, Souza teve de abrir mão da comodidade de concentrar as aplicações na instituição financeira em que recebia o salário. “O banco é muito engessado e dá poucas opções de investimento. Na corretora, descobri opções de investimento mais atrativas do que no banco.”

Hoje, 70% das aplicações de Souza está na XP Investimentos, distribuídos entre ações, fundos de renda fixa, Tesouro Direto e Previdência.

Propagadoras do conceito de “shopping financeiro” no Brasil, as corretoras XP, Icap, Mirae, entre outras, fazem parte do time dos pequenos que tentam quebrar a hegemonia dos grandes bancos.

“A única razão para permanecer nos bancos é a falta de informaçãos”, afirma Gabriel Leal, sócio da XP.

Prevendo uma rápida evolução do mercado brasileiro, a coreana Mirae adotou taxas e tíquetes baixos para conquistar novos investidores.

Ela oferece taxa de corretagem de R$ 2,90 para operações no homebroker e aplicação inicial de R$ 500.

“O Brasil está em um estágio em que a Coreia estava há 10 ou 15 anos. A educação financeira e as possibilidades trazidas pelas operações online vão mudar o mercado”, afirma Pablo Spyer, da Mirae.

Outro lado

Febraban não vê o brasileiro descontente

De acordo com a Febraban (Federação dos Bancos), o brasileiro vê os bancos como agentes do desenvolvimento e o crédito como uma conquista da estabilidade.

“Não há um descontentamento. A discussão aqui é de nível de juros e de spread (diferença entre taxas captadas e repassadas), mas quem verbaliza isso é parte da indústria”, diz Rubens Sardenberg, economista da Febraban.

Quanto às pequenas instituições, a visão é que se trata mais de uma chance para ganhar mercado do que uma crítica à concentração. “Estudos mostram que não há relação entre concentração e alta rentabilidade.

Fonte: Tatiana Freitas e Toni Sciarretta, Folha de S.Paulo

marcos

Professor, Embaixador e Comendador MSc. Marcos Assi, CCO, CRISC, ISFS – Sócio-Diretor da MASSI Consultoria e Treinamento Ltda – especializada em Governança Corporativa, Compliance, Gestão de Riscos, Controles Internos, Mapeamento de processos, Segurança da Informação e Auditoria Interna. Empresa especializada no atendimento de Cooperativas de Crédito e habilitado pelo SESCOOP no Brasil todo para consultoria e Treinamento. Mestre em Ciências Contábeis e Atuariais pela PUC-SP, Bacharel em Ciências Contábeis pela FMU, com Pós-Graduação em Auditoria Interna e Perícia pela FECAP, Certified Compliance Officer – CCO pelo GAFM, Certified in Risk and Information Systems Control – CRISC pelo ISACA e Information Security Foundation – ISFS pelo EXIN.