Modernidade, internet e educação familiar
Neste sábado, dia 17 de junho de 2012, minha família assistiu o filme do telecine, denominado “Confiar” (em inglês: Trust) onde o casal com três filhos, onde o filho está prestes a entrar para a faculdade, a filha do meio, Annie (interpretada por Liana Liberato), começa a apresentar os sintomas comuns das adolescentes que querem se parecer mais velhas e ser aceitas entre seus pares.
O pai da Annie, é um publicitário bem sucedido e hiper envolvido com a profissão, igual à muitos pais nos dias de hoje, o pai procura ter uma relação de confiança com os filhos, mas Annie inicia um relacionamento no computador com um jovem de 16 anos, (o que não era verdade, tinha 30) e dá continuidade através do telefone. Sem que seus pais soubessem, ela aceita o convite dele para um encontro, mas a surpresa que ela tem no primeiro momento é só o começo de um pesadelo que marcará para sempre a sua vida e a de sua família, e não vou contar tudo aqui, justamente para não estragar a surpresa.
Ao assistir o filme por indicação de meu amigo Lincoln Werneck do Instituto Coaliza, e durante o filme, fiquei analisando quantas pessoas estão deixando de lado uma vida onde podemos conversar e trocar ideias com a família, e justamente pelo vicio de acesso pela internet.
Será que realmente sabemos o que nossos filhos acessam na internet? Onde e como acessam estas informações? Quantas pessoas se deixam levar em golpes por relacionamentos em “Chats de relacionamento”? Quantos já não foram assaltados, assassinados, violentados nestes encontros? Atualmente não sabemos ficar parados em lugar sem acessar alguma coisa, enviar um Twitter, ou postar algo no Facebook, ou Foursquare?
Agora vem outra pergunta que não quer calar: se fazemos isso, como repreender nossos filhos e nossos subordinados no trabalho? Será que a tão falada segurança da informação só pode ser usada no mundo corporativo? Acredito que não, na vida pessoal também, mas não impomos limites em nossa vida particular e principalmente aos filhos. Existem crianças de 9, 10, 11 e 12 anos que passam horas na internet seja em casa ou no celular próprio ou dos próprios pais, justamente para estes darem sossego aos pais. Será que estamos agindo corretamente?
Como diz meu filho: “ter pai auditor e especialista de controles internos é fogo”. E vai ser mesmo, pois a responsabilidade da educação de meus filhos é minha e de minha esposa, a escola não é a principal responsável, mas parte do processo, e devemos salientar que se você não ensinar em casa, alguém da rua vai ensinar e da forma errada.
Controles internos e segurança da informação deve começar em casa, devemos impor limites, criar uma linha de confiança entre pais e filhos, quanto maior a distância, maiores serão os problemas a resolver no futuro.
Portanto se não assistiram este filme ainda, aconselho que assistam, é uma coisa a refletir, antes que pessoas sem índole nenhuma causem problemas a nossos filhos e acabem com nossas famílias.
Queridos pais, não deixemos que a correria da vida e o engajamento em nossos trabalhos, sejam “muletas” para justificar nossas ausências, falhas, erros na educação e das nossas responsabilidades na educação de nossos filhos, pense nisso.
* Marcos Assi é professor do MBA Gestão de Riscos e Compliance da Trevisan Escola de Negócios, da Saint Paul Escola de Negócios e da FIA (Labfin), autor dos livros “Controles Internos e Cultura Organizacional – como consolidar a confiança na gestão dos negócios” e “Gestão de Riscos com Controles Internos – Ferramentas, certificações e métodos para garantir a eficiência dos negócios” pela (Saint Paul Editora) e consultor de finanças do programa A Grande Idéia do SBT.
Sim, tudo isso que escreveu é a mais pura verdade e realidade dos dias atuais; vejo amigas divorciadas à procura de um relacionamento através da internet; acabou o romantismo e a conquista.
E essas pessoas tem filhos, onde também não param de buscar algo que nem sabem o que realmente querem, quem são esses pais para dizer NÃO ou impor LIMITES!!!!
Precisamos da tecnologia sim… mais não podemos deixar nosso emocional depender dela…
Abs.
Eu assisti o filme junto com um amigo policial da delegacia de cyber crimes, e segundo ele, fatos como o do filme acontecem muito. Tambem é infeliz notar a falta de entendimento do pai- personagem do filme que ficou mais interessado em matar o criminoso, do que ajudar a filha a passar, pela dificuldade, a filha pediu atenção, ela tentou compartilhar, a sua vida de adolescente, mas o pai nunca tinha tempo para ela, e após o crime continuou negligenciando a privacidade da filha, e a sua confiança. A adolescente tinha tanta necessidade de afeição que no primeiro momento nao entendeu a gravidade dos fatos, dizendo que o criminoso estava apaixonado por ela. A familia inteira precisa de terapia, que deve ser uma constante na vida de todos como o dentista.
Marcos, parabéns pelo artigo!
É triste pensar que muitas famílias enfrentam problemas pela ausência dos pais, mas vale lembrar que é possível estar presente mesmo estando longe.
Impor qualquer situação dificilmente agregará algo positivo, seja em casa ou no trabalho, pois o respeito e confiança devem ser conquistados e não impostos. Não acredito ser possível que exista uma linha de confiança sem que haja aproximação, trabalho em conjunto… dessa forma creio que alguns limites possam ser desenhados, juntos!
Ótimo tema para ser levantado, parabéns novamente!
Abraço.
Arialdo Masazume