Maior controle sobre riscos
As empresas brasileiras ampliarão investimentos em sistemas de avaliação de riscos da gestão financeira e de negócios nos próximos anos. uma questão de sobrevivência. A qualificação de recursos de monitoramento é requerida mesmo com o cenário interno favorável para o setor produtivo. Entre novas preocupações, os profissionais envolvidos com controle do fluxo de dinheiro e de definições estratégicas devem estar atentos, inclusive, para a ampliação dos controles governamentais sobre as contas corporativas.
Cada vez mais, a administração pública coloca em prática recursos tecnológicos que forçam todas as empresas a adotar o lema “minha vida é um livro – contábil – aberto”. Com o poder das tecnologias, órgãos como a Receita Federal, ampliam o controle das atividades das organizações, de todos os portes.
Nos procedimentos de avaliação de riscos dos próximos anos, os departamentos financeiros devem encarar, entre outros indicadores, a perspectiva de continuidade dos juros de um dígito, como prática da política monetária. Não se descarta um eventual processo de elevação da Selic, a taxa básica administrada pelo Banco Central, diante de algum possível repique inflacionário.
Mas nada indica a abertura de espaços para uma alta agressiva, que coloque a remuneração do capital em níveis anteriores. Até mesmo as grandes instituições do setor bancário trabalham com a mudança de patamar das taxas, para o nível próximo ao atual, para baixo ou para cima. E o governo continuará buscando meios para forçar a queda dos custos dos empréstimos com o objetivo de estimular novos investimentos em atividades produtivas.
Ao monitorar os riscos, os gestores consideram, para os próximos anos, os efeitos da continuidade da crise externa sobre o mercado interno. Os esforços do setor público serão direcionados à criação de novos mecanismos de estímulo, com a perspectiva da desoneração da folha e redução de tributos para diversos setores. Na antena de acompanhamento de problemas potenciais e das oportunidades, a inadimplência tem posição relevante, o que demanda a necessidade de avaliações permanentes sobre o comportamento do Produto Interno Bruto, do mercado de trabalho e da retomada dos investimentos públicos e privados.
Finanças – Professor do MBA de Gestão de Risco e Compliance da Trevisan Escola de Negócios, Marcos Assi, reforça a crença de que as empresas têm de colocar em pauta a valorização de estratégias de avaliação de riscos. uma questão de sobrevivência. “As dificuldades têm aumentado em questões cotidianas, como gestão de crédito, inadimplência e controle de liquidez”, afirma o especialista. O setor produtivo encara o fato de que está mais exposto à competição, o que implica na premência de compreender melhor os problemas potenciais envolvidos na gestão.
Além de aspectos conjunturais, o rigor no controle de indicadores de desempenho da gestão empresarial passa pela compreensão dos efeitos da implantação do Sistema Público de Escrituração Digital (Sped). Em janeiro, o sistema que possibilita o cumprimento das obrigações acessórias será ampliado na rotina das áreas financeiras com a entrada das empresas do lucro presumido. Também as rotinas de contratação serão ampliadas, expandindo a capacidade de acompanhamento dos órgãos públicos sobre o cotidiano empresarial.
Portanto, é essencial compreender os efeitos da implantação das inovações. “Seremos 130% dependentes das tecnologias da informação. Os 30% adicionais são vinculados a recursos extras que vão gerar sinais de alerta permanentes. E que dependem de investimentos adequados em sistemas para monitoramento.
Fonte: Diario do Comércio de BH