Itaú reformula Investshop e reforça educação financeira

A Itaú Corretora está reformulando o site Investshop, que recebeu na fusão com o Unibanco. A partir de hoje, o site, rebatizado de Investshop Itaú, terá um novo visual, ajustado para os padrões alaranjados do banco. Haverá também mais educação financeira, com animações orientando os iniciantes no mercado de ações sobre como investir. “Ouvimos as opiniões dos clientes, que falaram muito sobre orientação”, diz Jean Sigrist, diretor-gerente de pessoa física da Itaú Corretora.

O Investshop é o último da geração de sites de investimento financeiro criados durante a bolha da internet nos anos 1990, como o Max Blue, do Deutsche Bank, e o Patagon. Montado pelo extinto banco Bozano, Simonsen, foi depois comprado pelo Unibanco. Mas a proposta, de oferecer de forma independente fundos de outras instituições e consultoria, foi perdendo a força, e o Investshop foi se tornando cada vez mais parecido com uma corretora tradicional, concorrendo de maneira indireta com a Unibanco Corretora. Restaram o foco nas pessoas físicas, as taxas de corretagem diferenciadas e a oferta de um ou outro fundos de terceiros.

Ao assumir o Investshop, o Itaú resolveu mantê-lo como um portal de investimentos para os não clientes do banco. E agora deve reforçá-lo, com uma reestruturação na carteira de fundos. “Ajustamos a oferta de carteiras, pois queremos simplificar o processo de decisão do investidor”, diz Sigrist. Assim, haverá menos opções de carteiras por tipo de fundo – dois DIs, dois renda fixa, quatro multimercados e quatro de ações. Desse total, cinco deverão ser de outras instituições. Hoje, apenas um é de terceiros. “Achamos que dez fundos fazendo a mesma coisa mais atrapalham do que ajudam”, diz.

A escolha dos novos fundos será feita nos próximos meses, explica o executivo. Os investidores que têm recursos aplicados nos fundos que não serão mais oferecidos continuarão tendo acesso aos dados da aplicação no site, mas não poderão aplicar mais.

As animações – ou “motion graphics” – devem ensinar o investidor a como começar ou como diversificar suas aplicações. Além disso, terá explicações sobre tipos de aplicações, como determinado fundo, por exemplo. Haverá tópicos também sobre previdência e sobre o Tesouro Direto, sistema de compra de títulos públicos via internet.

Sigrist deixa claro que todos esses recursos estão também disponíveis no site da Itaú Corretora. “Só que no Investshop eles estão mais bem localizados, já que ele é um portal de investimentos, enquanto o ItaúTrade é um home broker”, explica Sigrist. “Mas todos os cuidados com adequação ao perfil do investidor, orientação e qualidade dos investimentos e operações são os mesmos”, diz.

O Investshop já é responsável por atender os clientes de previdência do Itaú e do Unibanco que não são correntistas, diz Sigrist. “Eles podem acompanhar no portal as aplicações e ter acesso aos outros serviços”, afirma.

Sigrist explica que a política de tarifas será a mesma entre as duas corretoras. A diferença é que quem é correntista do Itaú pode ter desconto na ItaúTrade de acordo com o volume de recursos que já possui no banco. Isso vale para a taxa do Tesouro Direto, por exemplo. Por conta disso, algumas tarifas do Investshop foram reajustadas para cima. “Mas quem aplicava no Tesouro Direto, por exemplo, continua pagando 0,35%, e não a taxa atual de 0,5% a 1%, de acordo com o volume”, explica.

Sobre tarifas, Sigrist deixa claro que não pretende entrar na guerra que derrubou os preços das concorrentes. “Estamos convencidos que o jogo é por meio da orientação financeira, da recomendação, da qualidade”, afirma ele. E justifica: enquanto o número de contas de pessoas físicas caiu na bolsa no ano, o da Itaú se manteve.

Fonte:Angelo Pavini, Valor Economico