Grupo Silvio Santos retoma venda da rede Lojas do Baú
A rede Lojas do Baú, do Grupo Silvio Santos, continua à venda. Depois que o grupo conseguiu sanar o rombo de R$ 4 bilhões do seu banco, o Panamericano, que passou às mãos do BTG Pactual em janeiro, o empresário Silvio Santos chegou a dizer que suas outras empresas – a emissora SBT, a marca de cosméticos Jequiti e a varejista de móveis e eletroeletrônicos Lojas do Baú – não seriam vendidas. O Banco Bradesco de Investimentos (BBI) está intermediando a venda.
Outras empresas especializadas em fusões e aquisições, como a V2Finance, estão oferecendo o ativo a potenciais interessados, apurou o Valor. Procurada, a Lojas do Baú afirmou por meio de sua assessoria de imprensa que a rede nunca esteve à venda.
A varejista possui 130 lojas, considerados os 110 pontos de venda da Dudony, comprada pelo Grupo Silvio Santos em junho de 2009. Nessa época, o passivo fiscal da Dudony era de R$ 140 milhões. Agora é de R$ 237 milhões, segundo uma fonte que acompanha de perto as negociações. As lojas estão em São Paulo, Paraná e Minas Gerais.
No início deste ano, foi aberta uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) pela Assembleia Legislativa do Paraná para analisar concordatas e falências fraudulentas. No topo da lista de investigações está a Dudony, do empresário Antônio Donizete Busiquia, que fundou a rede no fim dos anos 80.
Na época em que estava sendo negociada, a Dudony tinha um passivo de R$ 140 milhões. Segundo fontes ouvidas pelo Valor, a empresa estava sendo oferecida por R$ 100 milhões. “Mas nós acreditávamos que ela não valia mais do que R$ 40 milhões, sem o passivo”, diz um empresário. “Das mais de 100 lojas, apenas 30 valiam a pena, a maioria estava em cidades muito pequenas”. Hoje, com pontos no interior e na capital paulista, a rede deve pedir mais – mesmo com uma dívida maior. “Há uma chance do passivo entrar na massa de credores da Dudony”, diz uma fonte que acompanha o caso.
Quando foi comprada pela Lojas do Baú, por R$ 25,6 milhões, a Dudony estava em recuperação judicial e a venda foi definida em assembleia de credores. Outros varejistas regionais chegaram a conversar com a rede, mas desistiram por conta do passivo. Foi quando o Grupo Silvio Santos, com a Lojas do Baú, dona então de apenas 20 pontos de venda, levou a Dudony. Aparentemente, sem se preocupar com o passivo milionário.
A Lojas do Baú tem procurado se valorizar – voltou a fazer anúncios publicitários e tem apresentado um mix mais completo de produtos.
Fonte: Daniele Madureira, Valor Economico