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Grandes bancos descartam risco com derivativos exóticos

Os grandes bancos, desde 2008, olham com lupa o endividamento das empresas em moeda estrangeira. Apesar da percepção de que os bancos estimularam a tomada de risco por parte das companhias pouco antes da quebra do Lehman Brothers e ganharam dinheiro à custa do setor real da economia, executivos das instituições financeiras que estavam nas mesas de crédito naquela época contam que o pânico também chegou até eles.

“Nós tínhamos controle sobre os produtos que nós tínhamos vendido e calculávamos o risco a que a empresa estava exposta. Mas não imaginávamos que as empresas poderiam ter assumido risco semelhante em outros bancos”, conta um operador, que pede anonimato.

Por conta do acompanhamento das dívidas das empresas, diretores de grandes bancos asseguram que hoje não há companhias com exposição a derivativos exóticos, instrumentos que potencializam as perdas no caso de alta expressiva da moeda americana.

Mesmo a dívida tradicional, em dólar, seja por empréstimos no exterior seja por captações via títulos emitidos no mercado internacional, não preocupa de maneira excessiva as instituições financeiras. “As empresas fazem hedge para posições entre 6 e 12 meses à frente”, diz uma fonte.

Há casos pontuais de companhias expostas ao dólar que ainda acreditavam na alta continuada do real e deixaram de fazer hedge de seus passivos em moeda estrangeira, conta um executivo de banco.

Até por isso, operadores viram uma pequena corrida das empresas na última semana para fazer hedge de empréstimos de curto prazo tomados no exterior. O número de contratos para proteção cambial subiu tanto na BM&F, por meio da compra de contratos futuros, quanto na Cetip, em contratos com bancos. O preço desse hedge, porém, está mais alto desde a adoção do IOF para derivativos.

“Algumas empresas, principalmente aquelas sem uma política e cultura de gestão de risco sólidas, podem ter se desestimulado a permanecer com hedge”, diz César Lauro, diretor da Capitânia, consultoria especializada em assessoria financeira. Esse tipo de empresa, diz ele, vê o instrumento de proteção apenas como custo, e não como um seguro para um momento de turbulência.

Apesar de avaliar que a recente virada cambial tenha mais a ver com o real do que com o dólar em nível mundial, o diretor da Capitânia menciona o risco que correm as empresas que se protegem apenas com o hedge natural, no caso de um cenário mais adverso na economia global.

Ele destaca que a crise de 2008 ensinou a muitos que se o dólar sobe, mas as commodities caem em igual proporção, não existe proteção para uma dívida em moeda estrangeira. (Colaborou Fernando Torres)

Fonte: Fernando Travaglini, Valor Economico

marcos

Professor, Embaixador e Comendador MSc. Marcos Assi, CCO, CRISC, ISFS – Sócio-Diretor da MASSI Consultoria e Treinamento Ltda – especializada em Governança Corporativa, Compliance, Gestão de Riscos, Controles Internos, Mapeamento de processos, Segurança da Informação e Auditoria Interna. Empresa especializada no atendimento de Cooperativas de Crédito e habilitado pelo SESCOOP no Brasil todo para consultoria e Treinamento. Mestre em Ciências Contábeis e Atuariais pela PUC-SP, Bacharel em Ciências Contábeis pela FMU, com Pós-Graduação em Auditoria Interna e Perícia pela FECAP, Certified Compliance Officer – CCO pelo GAFM, Certified in Risk and Information Systems Control – CRISC pelo ISACA e Information Security Foundation – ISFS pelo EXIN.