Banco ABC Brasil diz que caso Cruzeiro do Sul não afeta o banco
O caso Cruzeiro do Sul não provocou nenhum efeito colateral para o banco ABC Brasil, instituição financeira de médio porte, em termos de custo ou condições de captação de recursos no mercado, segundo o banco. “Isso afeta mais os bancos que operam com consignado”, afirmou Sérgio Lulia Jacob, vice-presidente de finanças do banco.
Segundo Jacob, os títulos de dívida subordinada do ABC Brasil no mercado externo estão sendo negociados no pico histórico, a 107% do valor de face. “O funding está folgado, com as taxas caindo”, afirmou o executivo, que participou de reunião com investidores e analistas da Apimec hoje, em São Paulo.
Jacob disse também que, apesar de ter linha de crédito aprovada, o ABC Brasil não pretende captar recursos com a emissão de Depósitos a Prazo com Garantia Especial do tipo 2 (DPGE 2) do Fundo Garantidor de Crédito (FGC).
Considerando empréstimos tradicionais e garantias prestadas, a carteira de crédito do ABC Brasil somava em junho R$ 14,4 bilhões, sendo R$ 12,5 bilhões para grandes empresas (com faturamento anual acima de R$ 250 milhões) e R$ 1,9 bilhão para médias empresas (com faturamento entre R$ 30 milhões e R$ 250 milhões).
Capitalização
O ABC Brasil conta com a confiança de seus acionistas para manter seus índices de capitalização em níveis adequados para permitir a expansão dos negócios, sem a necessidade de realização de uma grande operação de aumento de capital no curto prazo.
Segundo Jacob, o banco pretende manter a estratégia realizada no primeiro semestre, de oferecer a opção de reinvestimento automático dos juros sobre capital próprio distribuídos, quando a adesão foi total. Esse reinvestimento dos juros entra direto para o capital do banco, dando fôlego para sua operação.
Fazendo uma conta simples, o executivo diz que se o retorno sobre o patrimônio do banco seguir ao redor de 15%, como foi no primeiro semestre, e os juros sobre capital próprio forem reinvestidos, isso permitirá que os ativos do banco cresçam no mesmo ritmo. “Como prevemos que o crescimento deve ficar em torno de 15% a 20% nos próximos anos, isso dá muito conforto para um prazo de um ou dois anos”, afirmou Jacob. “Se o banco crescer muito acima disso, podemos precisar de mais capital, mas não agora.”
Ao fim de junho, o índice de Basileia do banco ficou em 14,2%, sendo que o capital de nível 1 estava em 10,2%. De acordo com o executivo, quando se opta por fazer aumentos de capital em volumes maiores de uma única vez, o banco fica com muito capital ocioso logo após a operação. “Fazer aos poucos é mais eficiente”, disse Jacob.
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