Notícias

Gestão de Riscos de Conformidade: Casos Neon e Banco Inter assustam o efervescente mercado de fintechs

Resultado de imagem para fintechsA liquidação extrajudicial do Banco Neon e notícias sobre possível vazamento de dados de clientes do Banco Inter estremeceram na sexta-feira o mercado de fintechs, salientando os desafios de uma indústria nascente que tem se disposto a enfrentar o domínio de grandes bancos no Brasil. Executivos do setor, que ganhou popularidade nos últimos anos oferecendo crédito e outros produtos e serviços financeiros mais baratos do que os de rivais maiores, mostraram-se assustados com os possíveis desdobramentos das notícias na percepção de potenciais clientes e investidores.

Criou a situação de ter que explicar a diferença entre um banco e uma fintech — disse Rafael Pereira, presidente da Associação Brasileira de Crédito Digital (ABCD).

Desde meados de 2013, as fintechs se multiplicaram no país, operando sempre em parceria com alguma instituição financeira autorizada a operar pelo Banco Central, em geral um banco de médio porte ou uma cooperativa de crédito. Hoje são mais de 400 dessas plataformas, segundo a ABFintechs, entidade do setor. Só as de crédito geram cerca de 2 bilhões de reais por ano em novos financiamentos.

MESMO NOME

Quase sempre, o nome da fintech é diferente do banco, não só porque os sócios são diferentes, mas também porque em muitas vezes essas plataformas trabalham com mais de um parceiro. O caso Neon criou um embaraço porque ambos usavam a mesma marca.

A instituição financeira até cerca de dois anos atrás usava o nome Banco Pottencial, o mesmo desde a fundação em 1994, em Belo Horizonte. Em 2010, quatro de seus diretores foram denunciados pelo Ministério Público Federal pelos crimes de gestão fraudulenta e gestão temerária.

Em meados de 2016, a instituição passou a se chamar Banco Neon e a operar em parceria com a Neon Pagamentos, plataforma criada pelo empresário Pedro Conrade, na época com 24 anos.

Mesmo com o BC explicitando a diferença entre um e outro no anúncio da liquidação, a fintech, que oferece cartões pré-pagos e contas de pagamentos, passou o dia se explicando para o público.

“Os recursos depositados em contas de pagamentos dos clientes encontram-se disponíveis para saque e compras por meio de cartão de débito e não serão afetados pela liquidação extrajudicial do Banco Neon”, afirmou a fintech em comunicado.

Empreendedores de algumas das plataformas financeiras mais conhecidas do mercado disseram temer que os episódios vão forçar o amadurecimento precoce do setor.

— Isso vai levar grandes investidores a fazerem um escrutínio maior no setor antes de decidirem por novos aportes de recursos — disse um empresário do setor, que pediu anonimato.

Ironicamente, a intervenção no Banco Neon aconteceu apenas um dia depois após a Neon Pagamentos ter recebido um aporte de 72 milhões de reais numa rodada liderada pelo fundo brasileiro Monashees e pelo estrangeiro Omidyar Network, do fundador do eBay, Pierre Omidyar.

O anúncio também veio na esteira de vários aportes de centenas de milhões de reais captados por fintechs como Creditas, Nubank e GuiaBolso desde meados do ano passado e também do IPO do Inter, no final do mês passado. A liquidação do Neon veio ainda alguns dias depois do Agibank publicar prospecto preliminar para oferta de ações.

Em nota nesta sexta-feira, a Omidyar Network afirmou que “continua acreditando no modelo de negócios e equipe da Neon Pagamentos, que já está trabalhando para identificar um novo parceiro bancário” para normalizar suas operações.

COINCIDÊNCIA

Outro aspecto surpreendente da liquidação do Banco Neon foi o fato de ter ocorrido uma semana depois do BC ter divulgado uma regulação para o setor de fintechs, o que foi visto como um elemento para ampliar a atuação do setor.

—Esses dois episódios mostram que o BC está comprometido com uma agenda, a de reduzir o custo do crédito, e não em defender um grupo — disse outro empresário do setor, também na condição de anonimato.

Não bastasse isso, o setor também passou o dia respondendo a questionamentos após notícias sobre vazamento de dados de clientes do Inter, apenas quatro dias após a unit da instituição ter estreado na bolsa de valores. Nesta sexta-feira, a unit do Inter fechou em baixa de 6 por cento.

Em nota, o Inter disse que foi vítima de tentativa de extorsão e que imediatamente constatou que não houve comprometimento da segurança no ambiente externo e nem dano à sua estrutura tecnológica.

Leia mais: https://oglobo.globo.com/economia/casos-neon-banco-inter-assustam-efervescente-mercado-de-fintechs-22656505#ixzz5Ekqfrzbg

marcos

Professor, Embaixador e Comendador MSc. Marcos Assi, CCO, CRISC, ISFS – Sócio-Diretor da MASSI Consultoria e Treinamento Ltda – especializada em Governança Corporativa, Compliance, Gestão de Riscos, Controles Internos, Mapeamento de processos, Segurança da Informação e Auditoria Interna. Empresa especializada no atendimento de Cooperativas de Crédito e habilitado pelo SESCOOP no Brasil todo para consultoria e Treinamento. Mestre em Ciências Contábeis e Atuariais pela PUC-SP, Bacharel em Ciências Contábeis pela FMU, com Pós-Graduação em Auditoria Interna e Perícia pela FECAP, Certified Compliance Officer – CCO pelo GAFM, Certified in Risk and Information Systems Control – CRISC pelo ISACA e Information Security Foundation – ISFS pelo EXIN.