Gestão de Compliance: Standard Chartered vai pagar US$ 340 milhões a regulador dos EUA
O banco britânico Standard Chartered concordou em pagar US$ 340 milhões à principal autoridade bancária de Nova York, o que evita a continuação de um desentendimento público e acaba com um drama regulatório que cruzou o Atlântico e que dura uma semana.
Após uma exaustiva semana de conversas, o quinto maior banco do Reino Unido em valor de ativos chegou a um acordo com o superintendente de serviços financeiros de Nova York, Benjamin M. Lawsky. O acordo chega oito dias após Lawsky ter acusado o banco de ter realizado ilegalmente com clientes iranianos mais de 60 mil transações financeiras que totalizaram US$ 250 bilhões.
Quatro outras entidades reguladoras que têm verificado as ações do banco não fazem parte do acordo. O Departamento de Tesouro, o Federal Reserve (Fed, o banco central americano), o Departamento de Justiça americano e a Promotoria do Distrito de Manhattan têm negociado com o Standard Chartered desde 2011 para chegar a um entendimento quanto às transações ligadas ao Irã.
Como parte do acordo, o Standard Chartered concordou em instalar um monitor escolhido pelo escritório de Lawsky para checar suas transações internacionais. O banco também concordou em indicar seu próprio auditor em sua unidade de Nova York para verificar a conformidade com as leis de lavagem de dinheiro americanas. O banco reconheceu que o acordo cobre US$ 250 bilhões em transações feitas a clientes iranianos.
Como resultado do acordo, uma audiência que estava programada para quarta-feira no escritório do regulador em Manhattan foi cancelada.
Na última semana, Lawsky ameaçou revogar a licença do Standard Chartered em Nova York. Em um contra-ataque público pouco usual, algumas autoridades britânicas acusaram a entidade reguladora americana de minar a posição de Londres como um centro financeiro, e o presidente do Bank of England (o BC britânico), Mervyn King, clamou por uma rapidez de julgamento.
O banco disse na semana passada que as alegações do regulador estavam factualmente incorretas. Ao invés de US$ 250 bilhões em transações mascaradas perante o regulador, o Standard Chartered disse que encontrou em uma revisão interna apenas US$ 14 milhões que estavam irregulares durante a década que foi revisada.
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