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Furlan e diretor da Sadia fazem acordo com CVM para encerrar processo

j0438478O ex-presidente do Conselho de Administração da Sadia, Luiz Fernando Furlan, vai pagar R$ 200 mil para extinguir o processo aberto na Comissão de Valores Mobiliários (CVM). Nesse processo, ele era acusado de não ter mantido sigilo sobre a negociação que levou à associação da Sadia com a Perdigão, que resultou na criação da BRF Foods, em 2009.

O então diretor de relações com investidores (RI) da Sadia, Welson Teixeira Junior, também vai pagar R$ 200 mil à autarquia. Mas o seu processo foi por falta de diligência em relação às informações prestadas por Furlan.

Os termos de compromissos foram aprovados pela CVM no dia 22 de março. Segundo o texto do documento em que a CVM aceita o acordo de pagamento, “a aceitação das propostas afigura-se conveniente e oportuna”, por estarem de acordo com recentes precedentes abertos na autarquia, que levaram trataram de problemas com vazamento de informações.

As negociações entre Sadia e Perdigão foram iniciadas ainda em dezembro de 2008, interrompidas em março seguinte e retomadas somente no final de abril de 2009, quando representantes das duas companhias voltaram a se reunir.

De acordo com o relatório do Termo de Compromisso da CVM, embora não tenham sido encontradas irregularidades quanto à divulgação de fato relevante, foi possível perceber que, entre 5 de março e 20 de abril de 2009, apesar de as negociações estarem suspensas, Furlan deu diversas indicações à imprensa de que a negociação continuava de pé, inclusive com estimativas para a conclusão do negócio.

De acordo com relatório da CVM sobre o acordo, “Luiz Fernando Furlan não teria observado, conforme ele próprio admitiu, o sigilo sobre a negociação da qual fez parte diretamente enquanto administrador e acionista da Sadia que culminou na associação com a Perdigão”.

O diretor Welton Teixeira Junior, por sua vez, “não teria sido diligente”, uma vez que não foi comprovado cuidado de sua parte “em relação à verificação das informações prestadas na imprensa por Luiz Fernando Furlan”, afirma a CVM.

A Sadia passou a ser alvo de investigações por parte da CVM a partir das significativas perdas financeiras sofridas com a variação cambial verificadas no terceiro trimestre de 2008, devido às operações com derivativos, que causaram perdas superiores a R$ 2,5 bilhões à Sadia.

No final do ano passado, a autarquia levou a julgamento os conselheiros e o então diretor financeiro da Sadia. A sentença da CVM apontou a falha nos controles de risco na análise do caso das operações com derivativos cambiais. O ex-diretor financeiro Adriano Ferreira foi, na ocasião, inabilitado por três anos.

O então presidente do conselho de administração Walter Fontana e outros três conselheiros – Francisco Céspede, Everaldo dos Santos e José Marcos Comparato – foram multados em R$ 400 mil, cada.

Pena menor foi aplicada a outros conselheiros que não faziam parte dos comitês de finanças ou auditoria: Luiza Helena Trajano Rodrigues, Norberto Fatio, Vicente Falconi Campos, Eduardo Fontana D’Avila e Diva Furlan receberam multa individual de R$ 200 mil. Um total de R$ 2,6 milhões, se somadas todas as penas individuais.

Fonte: Juliana Ennes, Valor Economico

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Professor, Embaixador e Comendador MSc. Marcos Assi, CCO, CRISC, ISFS – Sócio-Diretor da MASSI Consultoria e Treinamento Ltda – especializada em Governança Corporativa, Compliance, Gestão de Riscos, Controles Internos, Mapeamento de processos, Segurança da Informação e Auditoria Interna. Empresa especializada no atendimento de Cooperativas de Crédito e habilitado pelo SESCOOP no Brasil todo para consultoria e Treinamento. Mestre em Ciências Contábeis e Atuariais pela PUC-SP, Bacharel em Ciências Contábeis pela FMU, com Pós-Graduação em Auditoria Interna e Perícia pela FECAP, Certified Compliance Officer – CCO pelo GAFM, Certified in Risk and Information Systems Control – CRISC pelo ISACA e Information Security Foundation – ISFS pelo EXIN.