Fraude Contábil: Fabricante de câmeras fotográficas Olympus admitiu ter maquiado suas contas
A fabricante japonesa de câmeras fotográficas Olympus admitiu ter maquiado suas contas para ocultar prejuízos colossais em investimentos financeiros, agravando o escândalo que mancha a imagem da empresa e derruba suas ações na Bolsa. “O vice-presidente Mori me informou ontem,segunda-feira (7/11), que desde os anos 1990 não foram declaradas perdas nos investimentos”, declarou o presidente da Olympus, Shuichi Takayama, em uma entrevista coletiva.
Takayama culpou Hisashi Mori, a quem demitiu, e antigos executivos pelo escândalo, um dos mais graves da história econômica do Japão do pós-guerra. O escândalo teve início com a destituição do presidente britânico, Michael Woodford, oficialmente por métodos de trabalho “inapropriados”, no dia 14 de outubro. Woodford, que não era membro da cúpula dirigente quando os fatos aconteceram, revelou à imprensa que sua demissão foi motivada pelo pedido de explicações sobre os pagamentos obscuros efetuados pela compra de quatro empresas.
Um comitê de especialistas independentes divulgou nesta terça-feira as primeiras conclusões, que revelam o pagamento pela empresa de 687 milhões de dólares por honorários por ocasião da aquisição do grupo de instrumentos cirúrgicos britânico Gyrus em 2007, assim como de US$ 936 milhões pela compra de três pequenas empresas japonesas entre 2006 e 2008. De acordo com o comitê de juristas independentes, pelo menos uma parte das quantias foi usada para encobrir as perdas registradas por investimentos financeiros nos anos 90.
A ação do grupo de câmeras fotográficas, mas também conhecido pelos endoscópios, desabou na Bolsa de Tóquio após as revelações. O valor do título caiu 70% desde o início do escândalo, retornando ao nível de 1995. O escândalo preocupa o governo e o primeiro-ministro Yoshihiko Noda pediu a Olympus que a empresa revele todas as informações, com o temor de que o assunto afete a reputação do capitalismo japonês. Grã-Bretanha e Estados Unidos também abriram investigações sobre as ramificações do caso.
Fonte: France Presse, Juliana de Fátima Pontelo