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FGC anuncia a saída de dois executivos

O Fundo Garantidor de Créditos (FGC) anunciou a saída de dois dos seus principais executivos, conforme antecipou o Valor PRO, serviço de informações em tempo real do Valor. O diretor Celso Antunes e o gerente-geral José Lattaro deixam a instituição privada criada com o objetivo de proteger depositantes.

Fabio Mentone, ex-executivo do Bradesco e que já estava na gestão do FGC, assumirá o lugar de Antunes na administração do fundo, que tem um patrimônio de R$ 30,1 bilhões.

A troca se deu na semana em que a revista “Época” trouxe reportagem mostrando que o FGC terceirizou serviços do banco Cruzeiro do Sul, liquidado pelo Banco Central em setembro de 2012, para a IMS Tech. Antunes, principal diretor do FGC, foi sócio de um dos atuais acionistas da IMS em uma outra companhia. A reportagem também mostrou que Rafael Lattaro, filho de José, trabalhava na IMS.

Em comunicado, o FGC afirmou que recebeu uma carta em que Antunes solicita “em caráter pessoal e irrevogável, seu desligamento da instituição”. “Antunes prestou inestimáveis serviços ao FGC, que reconhece a lisura de sua atuação.”

Apesar do apoio a Antunes, o Valor apurou que o episódio causava um certo mal-estar entre os executivos de bancos pelo arranhão à imagem do FGC. “Não basta ser honesto, tem de parecer também”, disse um deles.

Em carta em que apresenta sua renúncia ao conselho do fundo, Antunes diz que as denúncias são totalmente “infundadas”. “Não é justo para com essas instituições [FGC e Banco Central], e por extensão aos seus administradores, os quais manifestaram tanta confiança à minha pessoa, que em função de acusações pessoais descabidas motivadas por interesses contrariados, tenham sua imagem prejudicada”, escreveu Antunes em mensagem à qual o Valor teve acesso. Antunes trabalha no mercado financeiro desde 1975, quando entrou no Banco Real como office boy. Saiu de lá como vice-presidente de produtos.

As mudanças ocorrem no FGC pouco mais de um ano depois de o fundo ter a sua estrutura de governança reforçada. No fim de abril de 2012, o FGC anunciou sua profissionalização, com executivos de bancos deixando o conselho de administração, dando lugar a pessoas que não trabalham em instituições financeiras. Foi nesse período que Antunes assumiu o principal cargo da diretoria do FGC, posto até então ocupado por Antonio Carlos Bueno de Camargo Silva, que passou para a presidência do conselho. Os executivos de bancos assumiram postos no chamado conselho consultivo do FGC.

Criado para garantir depósitos, o FGC se transformou em um emprestador de última instância do sistema bancário, mas esse papel vinha sendo cumprido até o ano passado sem amparo regulatório.

Em maio de 2012, o Conselho Monetário Nacional (CMN) deu respaldo legal para o FGC cumprir tal mandato. Desde 2010, os bancos nos quais o FGC atuou mais intensamente foram o Pan (ex-PanAmericano), em 2010, e o Cruzeiro do Sul, participando da gestão de ambos.

Em junho de 2012, o BC anunciou que o regime de administração especial temporária no Cruzeiro do Sul seria liderado pelo FGC. Depois de uma tentativa de venda frustrada, o banco foi liquidado.

O destino de uma empresa do grupo, a BCS Seguros, porém, ainda está em aberto. Na sexta-feira, técnicos da Susep, do BC e o liquidante do Cruzeiro se reuniram para avaliar a solvência da seguradora. Uma das saídas estudadas para não liquidá-la pode ser sua venda.

Reportagem recente do Valor mostrou que a BCS Seguros vive em uma espécie de “limbo”. Em junho de 2012, o FGC substituiu os administradores da seguradora, Luis Felippe Indio da Costa e Luis Octavio Indio da Costa, que controlavam o banco. Foram indicados Antunes e José Lattaro, como representantes do FGC. A nomeação foi enviada à Susep, mas a autarquia deu prazo de 15 dias para que fossem atendidas certas exigências. Essas pendências não foram cumpridas, segundo o fundo porque a Susep não aceitou a condição de que Antunes e Lattaro representassem o FGC. Como pessoas físicas, ambos estariam sujeitos ao bloqueio de bens em caso de liquidação da seguradora. (Colaborou Alessandra Saraiva, do Rio)

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marcos

Professor, Embaixador e Comendador MSc. Marcos Assi, CCO, CRISC, ISFS – Sócio-Diretor da MASSI Consultoria e Treinamento Ltda – especializada em Governança Corporativa, Compliance, Gestão de Riscos, Controles Internos, Mapeamento de processos, Segurança da Informação e Auditoria Interna. Empresa especializada no atendimento de Cooperativas de Crédito e habilitado pelo SESCOOP no Brasil todo para consultoria e Treinamento. Mestre em Ciências Contábeis e Atuariais pela PUC-SP, Bacharel em Ciências Contábeis pela FMU, com Pós-Graduação em Auditoria Interna e Perícia pela FECAP, Certified Compliance Officer – CCO pelo GAFM, Certified in Risk and Information Systems Control – CRISC pelo ISACA e Information Security Foundation – ISFS pelo EXIN.