Ex-executivo do Citi é preso e acusado de fraude
Um ex-vice-presidente do departamento de finanças do Citigroup foi preso e acusado de desviar US$ 19 milhões do banco e depositá-los em sua conta pessoal. Gary Foster, de 35 anos, foi detido domingo no Aeroporto John F. Kennedy, em Nova York, ao voltar de Bancoc, na Tailândia.
Sua advogada, Isabelle Kirshner, disse não ter falado com seu cliente, mas afirmou que ele está preparado para responder às acusações. Ela informou que Foster voltou voluntariamente das férias depois que um membro de sua família o avisou que ele estava sendo procurado pelo Federal Bureau of Investigation (FBI). Ao falar com um agente do FBI, disse sua advogada, Foster foi informado de que era alvo de um mandado de prisão.
A detenção de Foster é a mais recente de uma série de episódios que poderão reavivar as dúvidas sobre a capacidade do Citi de lançar mão de seus controles internos nos EUA e em suas divisões espalhadas pelo exterior.
Na semana passada, o Citi revelou que hackers tinham roubado US$ 2,7 milhões de seus clientes americanos de cartões de crédito. Também este ano, um gerente na Indonésia foi acusado de desviar US$ 2 milhões pertencentes a clientes da segmentação de grandes fortunas, e foi divulgado que as autoridades da Índia estavam investigando acusações de fraude envolvendo um funcionário do braço de administração do banco.
Os controles internos do Citi já tinham sido alvo de atenção no passado. Em 2005, depois que os funcionários do banco se envolveram em escândalos independentes entre si no Japão, EUA e Reino Unido, o Federal Reserve (Fed, o banco central americano) proibiu a empresa de fazer aquisições enquanto não conseguisse comprovar que seus sistemas tinham melhorado. A interdição foi suspensa um ano depois.
O Citigroup disse estar “indignado” com os atos de Foster. O banco informou ter alertado autoridades da área policial depois de tomar conhecimento das transações e preferiu não aprofundar seus comentários, atribuindo a decisão à realização das investigações. Os autos do FBI dizem que a suposta fraude veio à tona depois de uma auditoria interna. Foster trabalhou no Citi até janeiro.
Foster atuava na tesouraria, supervisionando o departamento de derivativos e era responsável por transferir empréstimos dentro do Citi para custear transações. As autoridades alegam que ele teria usado códigos de negócios fraudulentos em transferências eletrônicas entre contas internas do Citigroup antes de desviar dinheiro para sua conta pessoal, mantida no J.P. Morgan Chase. Os códigos fraudulentos foram usados para ocultar os motivos das transações.
As autoridades alegam que ele teria feito oito transferências, de maio de 2009 até dezembro de 2010, para desviar o dinheiro. Uma grande transferência, de US$ 3,9 milhões, foi realizada em 9 de novembro de 2010.
Fonte: Kara scannell e Justin Baer,Financial Times, Valor Economico