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Ernst & Young deixa de auditar balanço do Banco Rural

A Ernst & Young deixou de ser a auditoria do banco Rural. Em balanço a ser publicado hoje com os resultados do primeiro semestre, o Rural terá como auditores a Fernando Motta & Associados, uma firma de pequeno porte de Minas Gerais.

Segundo João Heraldo Lima, presidente do Rural, a saída da Ernst & Young foi pedida pela própria auditoria. “Fomos trocados. Não trocamos de auditoria”, diz Lima. Procurada pela reportagem, a Ernst & Young não quis comentar o caso. Porém, segundo Lima, a empresa continua auditando o banco Rural Europa, que fica na Ilha da Madeira (Portugal) e é controlado pela instituição.

O Rural está sob dupla pressão neste momento. De um lado, o banco enfrenta a condenação de sua principal acionista, Kátia Rabello pelo Supremo Tribunal Federal (STF), no julgamento do mensalão.

Em outra ponta, acaba de passar por uma fiscalização do Banco Central (BC), um pente-fino que teve início ainda no ano passado e que tem exigido aportes de capital dos sócios. A autoridade ordenou ajustes nos números do Rural da ordem de R$ 268,9 milhões.

Além disso, no começo deste ano, o BC determinou a suspensão do aumento do salário dos administradores do Rural, do pagamento de remuneração variável e da distribuição de resultados em montante superior aos limites mínimos legais.

No último balanço do Rural que auditou, do ano de 2011, a Ernst & Young considerou que havia uma série de erros nos números do banco, o que é chamado de “ressalva” no jargão dos auditores independentes.

Um dos pontos problemáticos apontados pela Ernst & Young refere-se à forma como o banco contabilizou a desistência no programa de anistia de débitos fiscais, o que teria deixado o resultado líquido do Rural R$ 29,5 milhões menor em 2011, com um prejuízo de R$ 112,7 milhões. A nova auditoria, a Fernando Motta, não incluiu esse item em sua ressalva, assim como alguns outros que foram pontuados pela Ernst & Young anteriormente.

No primeiro semestre deste ano, o Rural teve um prejuízo de R$ 32,8 milhões, ante um lucro de R$ 2,8 milhões em igual período do ano passado. Provisões para operações de crédito e de cessões de carteiras influenciaram o resultado do banco.

Neste ano, a Ernst & Young estava auditando o balanço do Cruzeiro do Sul, que enfrentou problemas, incluindo indícios de fraude, e foi liquidado neste mês.

Em julho, já com o Cruzeiro do Sul sob intervenção do Banco Central, a auditoria pediu ao BC e à Comissão de Valores Mobiliários (CVM) a desconsideração do parecer de auditoria que havia dado ao banco. No caso do Cruzeiro do Sul, a Ernst & Young entrou para substituir a KPMG no primeiro trimestre deste ano, pouco antes da intervenção do BC no banco, que ocorreu dia 4 de junho.

Em carta enviada às autoridades, a Ernst & Young afirmou que os administradores do banco omitiram dos auditores informações sobre os problemas patrimoniais que o Cruzeiro do Sul já enfrentava na data da publicação do parecer, dia 15 de maio.

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marcos

Professor, Embaixador e Comendador MSc. Marcos Assi, CCO, CRISC, ISFS – Sócio-Diretor da MASSI Consultoria e Treinamento Ltda – especializada em Governança Corporativa, Compliance, Gestão de Riscos, Controles Internos, Mapeamento de processos, Segurança da Informação e Auditoria Interna. Empresa especializada no atendimento de Cooperativas de Crédito e habilitado pelo SESCOOP no Brasil todo para consultoria e Treinamento. Mestre em Ciências Contábeis e Atuariais pela PUC-SP, Bacharel em Ciências Contábeis pela FMU, com Pós-Graduação em Auditoria Interna e Perícia pela FECAP, Certified Compliance Officer – CCO pelo GAFM, Certified in Risk and Information Systems Control – CRISC pelo ISACA e Information Security Foundation – ISFS pelo EXIN.