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Durante intervenção, passivo do Cruzeiro do Sul cresceu R$ 1,4 bi

O banco Cruzeiro do Sul encerrou junho com um passivo a descoberto de R$ 3,8 bilhões, segundo balanço divulgado ontem, bastante próximo de caminhar para a falência. É um rombo R$ 1,4 bilhão superior àquele anunciado um ano antes, quando o Banco Central (BC) decretou a intervenção.

Os números divulgados ontem pelo liquidante do banco, Eduardo Felix Bianchini, mostram que a situação do Cruzeiro do Sul se agravou durante os cerca de três meses durante os quais o banco ficou em Regime de Administração Especial Temporária (Raet).

De junho a setembro do ano passado, o banco ficou sob a gestão do Fundo Garantidor de Créditos (FGC), nomeado como interventor pelo BC em meio a uma tentativa de vender a instituição para salvar seus credores. Nesse período, o passivo a descoberto do Cruzeiro passou de R$ 2,2 bilhões para R$ 3,6 bilhões, quando o banco foi liquidado. Até junho deste ano, o rombo cresceu um pouco mais, para R$ 3,8 bilhões.

Balanço divulgado pelo banco ontem afirma que esse crescimento do passivo durante a intervenção se deve a “ajustes efetuados nas cotas subordinadas dos fundos de investimento em direitos creditórios” e à “constituição de provisão para créditos de liquidação duvidosa”. Procurado pela reportagem para explicar o crescimento do passivo, o FGC informou que não se pronunciaria. O liquidante não atendeu o pedido de entrevista até o fechamento desta edição.

Durante o regime especial, o banco continuou assegurando o resgate de títulos como Certificados de Depósitos Bancários (CDBs). Isso permitiu, por exemplo, que cotistas de um fundo do banco, o Multicred, resgatassem sem prejuízo o dinheiro investido. O Multicred resgatou mais de R$ 500 milhões em CDBs.

Diante do passivo a descoberto de R$ 3,8 bilhões, o Cruzeiro ficou bem próximo de ter a falência decretada. Se isso acontecesse, o processo – hoje debaixo do BC – iria para a esfera judicial. Por lei, o pedido de falência pode ser autorizado sempre que os ativos líquidos de um banco não forem suficientes para cobrir pelo menos metade dos créditos quirografários. Em junho, essa relação – chamada de moeda geral da liquidação – estava em 50,6%.

Individualmente, o maior credor do banco Cruzeiro do Sul é o FGC, com R$ 1,9 bilhão, valor que se refere à garantia paga pelo fundo a detentores de CDBs e Depósito a Prazo com Garantia Especial (DPGE).

Mais de um ano depois de sofrer intervenção, o banco anunciou que a relação de seus credores está disponível na sede do banco em São Paulo e no escritório do Rio de Janeiro.

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marcos

Professor, Embaixador e Comendador MSc. Marcos Assi, CCO, CRISC, ISFS – Sócio-Diretor da MASSI Consultoria e Treinamento Ltda – especializada em Governança Corporativa, Compliance, Gestão de Riscos, Controles Internos, Mapeamento de processos, Segurança da Informação e Auditoria Interna. Empresa especializada no atendimento de Cooperativas de Crédito e habilitado pelo SESCOOP no Brasil todo para consultoria e Treinamento. Mestre em Ciências Contábeis e Atuariais pela PUC-SP, Bacharel em Ciências Contábeis pela FMU, com Pós-Graduação em Auditoria Interna e Perícia pela FECAP, Certified Compliance Officer – CCO pelo GAFM, Certified in Risk and Information Systems Control – CRISC pelo ISACA e Information Security Foundation – ISFS pelo EXIN.