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Dispositivos Móveis: Companhias ainda ignoram riscos

O uso de dispositivos móveis – sejam eles pessoais ou não -, para obter benefícios como ganho de produtividade, no ambiente de trabalho, segue uma tendência de crescimento considerada inevitável por especialistas. Para as companhias, esse é mais um ponto a ser considerado na hora de estabelecer políticas de segurança. Na prática, porém, essa preocupação ainda não é uma tônica.

O delegado José Mariano de Araújo Filho, professor de crimes eletrônicos da Polícia Civil de São Paulo, conta que a maioria das empresas ainda não está atenta a esse movimento. “As tecnologias são simplesmente implantadas nas empresas brasileiras. Não há uma preocupação com a definição de políticas de segurança e o impacto de risco desses recursos”, observa.

Uma pesquisa divulgada pela consultoria IDC e a Unisys retrata esse cenário de despreparo. O estudo contou com a participação de 407 brasileiros, entre executivos e funcionários das mais diversas áreas. Segundo o levantamento, 38% dos executivos estimam que os funcionários de suas companhias usam smartphones pessoais para trabalhar. Por outro lado, ao estender a pesquisa a demais níveis de funcionários, 78% disseram trabalhar com esses dispositivos.

Mariano diz que grande parte das investigações conduzidas pela polícia sobre a perda ou roubo de dados tem como origem deslizes cometidos pelos próprios funcionários. Uma porcentagem menor está relacionada à desonestidade dos profissionais. Nessa segunda vertente, o policial cita o caso de um funcionário que conseguiu acessar a base de dados de sua empresa por meio de um dispositivo móvel. Depois de fazer cópias do que coletou, ele repassou essas informações para um concorrente. “Isso aconteceu porque a empresa tinha uma política de segurança apenas para sua rede fixa, e não para sua rede móvel”, diz.

A Tivit, prestadora de serviços de tecnologia da informação, é uma das empresas que decidiram lidar com o desafio de equilibrar mobilidade e segurança. Com 250 smartphones cedidos ao seu time, a companhia planeja ampliar em 60% essa base em 2012.

Para minimizar os riscos, a Tivit classificou inicialmente os dados críticos para o seu negócio, com o apoio de um software. A partir daí, a companhia estabeleceu diferentes perfis de acesso para seus funcionários, além de adotar recursos como a criptografia dos dados. “Não importa o meio de acesso à nossa rede. Seja ele um desktop, um smartphone, um tablet ou um pen drive, nossa estratégia foi proteger a origem dessa informação”, diz Fabiano Droguetti, diretor de soluções e tecnologia da Tivit.

Dispositivo móvel ganha reforço na área de segurança

Fotos, gravações, documentos, contatos e tantas outras informações pareciam perdidos. Além do prejuízo financeiro, o roubo de uma produtora de vídeo localizada na zona sul de São Paulo rendeu uma enorme dor de cabeça aos proprietários do estabelecimento. Para piorar, as chances de recuperar os equipamentos roubados – dentre eles um notebook, um celular e um tablet – não pareciam muito animadoras. Mas as horas de aflição duraram pouco, até os proprietários se lembrarem do software de rastreamento instalado no telefone móvel levado pelos ladrões. Com a ajuda do aplicativo, a polícia localizou os suspeitos e conseguiu recuperar os equipamentos roubados da produtora, avaliados em mais de R$ 45 mil.

A proliferação dos dispositivos móveis atiçou a cobiça dos criminosos, mas, agora, a própria tecnologia embutida nesses equipamentos está ajudando a combater os roubos, como mostra o caso da produtora, que ganhou repercussão recentemente.

Os novos recursos de segurança tornaram-se um foco de investimento para fabricantes de computadores e operadoras de telecomunicações. As companhias estão usando desde sistemas de geolocalização, que usam satélites para identificar a posição do aparelho desaparecido, até dispositivos capazes de destruir a distância os discos rígidos nos quais ficam armazenadas informações estratégicas.

“O consumidor passou a enxergar outras ameaças além dos vírus para smartphones e começou a se preocupar com os dados, senhas e contatos que armazena no celular, e que podem ser perdidos a qualquer momento”, afirma Alexandre Fernandes, diretor da divisão de produtos e serviços da Vivo.

A operadora começou a oferecer ferramentas de proteção contra roubo em meados do ano passado. O pacote montado pela companhia inclui um sistema de localização e um aplicativo que permite apagar a distância os dados armazenados em smartphones ou tablets. Os recursos estão disponíveis tanto para usuários individuais como para empresas.

No caso da Claro, esse tipo de ferramenta começou a ser oferecida mais recentemente, em fevereiro. O investimento nesse tipo de recurso está relacionado ao aumento das vendas de smartphones no país, já que é nesses dispositivos que as pessoas costumam guardar mais informações, afirma Fiamma Zarife, diretora de serviços de valor agregado da Claro. O pacote de segurança montado pela companhia – e que também está disponível para consumidores e empresas – dá a possibilidade de fazer cópias de segurança das informações armazenadas, rastrear o celular, além de apagar dados e bloquear o aparelho remotamente.

Apesar da criação de pacotes de proteção antirroubo pelas companhias, o número de consumidores individuais que procuram esse tipo de serviço ainda é relativamente pequeno quando comparado ao uso por parte das empresas. “Em geral, as pessoas ainda não pensam muito nisso”, diz Fabiana Marcon, diretora de marketing para consumidor final e pequenas e médias empresas da Dell. “Já as empresas têm uma demanda maior porque conseguem quantificar o valor de uma informação perdida”, diz a executiva.

Na indústria de computadores, os softwares de reconhecimento facial e de leitura biométrica têm sido algumas das apostas dos fabricantes para reduzir as consequências de roubo ou perda de notebooks. Além desses recursos, os sistemas para rastrear o PC e apagar dados remotamente também fazem parte dos pacotes de empresas como Dell e Hewlett-Packard.

Por conta da procura menor desse tipo de recurso pelos consumidores brasileiros, a HP optou por ter ofertas diferenciadas no caso dos clientes corporativos. “Ainda não existe uma demanda tão grande que justifique uma oferta mais próxima da empresarial”, diz Erick Cano, gerente de produtos da HP no país. Apenas duas das sete linhas de computadores móveis da companhia tem leitor biométrico, por exemplo. Pesquisas feitas pela Claro também mostraram que apenas 30% das pessoas tem uma preocupação mais forte com as perdas dos dados salvos nos smartphones.

As empresas também têm sido o principal alvo dos produtos de segurança oferecidos pela TIM. Atualmente, cerca de 20% das empresas de grande porte que possuem contrato com a operadora tem algum projeto de segurança para dispositivos móveis em desenvolvimento, segundo Leonardo Queiroz, diretor de top clientes da TIM. A demanda tem sido impulsionada por bancos, companhias farmacêuticas e setores que contam com maior investimento em vendas diretas, como o de cosméticos.

Fonte: Valor Economico

marcos

Professor, Embaixador e Comendador MSc. Marcos Assi, CCO, CRISC, ISFS – Sócio-Diretor da MASSI Consultoria e Treinamento Ltda – especializada em Governança Corporativa, Compliance, Gestão de Riscos, Controles Internos, Mapeamento de processos, Segurança da Informação e Auditoria Interna. Empresa especializada no atendimento de Cooperativas de Crédito e habilitado pelo SESCOOP no Brasil todo para consultoria e Treinamento. Mestre em Ciências Contábeis e Atuariais pela PUC-SP, Bacharel em Ciências Contábeis pela FMU, com Pós-Graduação em Auditoria Interna e Perícia pela FECAP, Certified Compliance Officer – CCO pelo GAFM, Certified in Risk and Information Systems Control – CRISC pelo ISACA e Information Security Foundation – ISFS pelo EXIN.