Notícias

‘Data room’ do BVA será aberto a interessados

O processo de venda do banco BVA, que vem sendo articulado pelo Fundo Garantidor de Créditos (FGC), vai guardar algumas semelhanças com a tentativa de venda do Cruzeiro do Sul, instituição que acabou sendo liquidada pelo Banco Central em setembro.

Assim como aconteceu com o Cruzeiro do Sul, o BVA terá um “data room” com informações abertas a possíveis interessados em adquirir a instituição. A expectativa é que os dados estejam disponíveis já no fim da próxima semana, segundo o Valor apurou.

O Banco Central decretou a intervenção no banco em 19 de outubro. O levantamento inicial dava conta de que o passivo a descoberto do BVA era de R$ 550 milhões, mas os números finais só devem ser conhecidos ao término da auditoria.

De posse dos números finais, a intenção é também tentar costurar acordos com credores. No caso do Cruzeiro do Sul, foi o próprio FGC quem propôs aos credores um desconto médio de 49,3% no valor de seus papéis para pagá-los. O plano foi aceito pelos detentores de títulos de dívida externa, mas o processo acabou fracassando pela falta de comprador para o banco.

No BVA, as negociações se darão principalmente com os titulares de Certificados de Depósito Bancário (CDBs). Os papéis estão concentrados nas mãos de poucos investidores, que detêm um volume expressivo deles.

Valor apurou que a negociação deve se dar em torno do alongamento do prazo da dívida. O receio é que, na hipótese de voltar a operar, o BVA seja alvo novamente de uma corrida de saques, fator que foi determinante para a intervenção do BC em outubro. Ao contrário do que ocorreu no Cruzeiro do Sul, agora os papéis não devem ser comprados pelo FGC.

Apesar disso, caso surjam interessados, as negociações devem passar necessariamente pelo FGC, principal credor do banco e que pode vir a financiar o salvamento do BVA. O fundo já pagou cerca de R$ 1 bilhão a detentores de Depósito a Prazo com Garantia Especial (DPGE), cifra que vai tentar recuperar se o banco sair da intervenção. No total, a exposição do FGC ao banco é de R$ 1,2 bilhão.

O FGC contratou o banco BR Partners com o mandato de encontrar um comprador para o BVA. Auditores e advogados também estão se debruçando sobre os números do banco e avaliando eventuais passivos tributários e trabalhistas. Uma consultoria de crédito também foi chamada para avaliar os ativos do BVA.

Até agora, o BVA não tem despertado grandes interesses no mercado. A negociação mais intensa que vem ocorrendo é com o empresário Carlos Alberto de Oliveira Andrade, dono do grupo CAOA de revendoras de carros.

O executivo é um dos principais credores do banco, com depósitos totais superiores a R$ 500 milhões e outros R$ 50 milhões como capital no BVA.

© 2000 – 2012. Todos os direitos reservados ao Valor Econômico S.A.

Leia mais em:

http://www.valor.com.br/financas/2928426/data-room-do-bva-sera-aberto-interessados#ixzz2EAoLhvpT

marcos

Professor, Embaixador e Comendador MSc. Marcos Assi, CCO, CRISC, ISFS – Sócio-Diretor da MASSI Consultoria e Treinamento Ltda – especializada em Governança Corporativa, Compliance, Gestão de Riscos, Controles Internos, Mapeamento de processos, Segurança da Informação e Auditoria Interna. Empresa especializada no atendimento de Cooperativas de Crédito e habilitado pelo SESCOOP no Brasil todo para consultoria e Treinamento. Mestre em Ciências Contábeis e Atuariais pela PUC-SP, Bacharel em Ciências Contábeis pela FMU, com Pós-Graduação em Auditoria Interna e Perícia pela FECAP, Certified Compliance Officer – CCO pelo GAFM, Certified in Risk and Information Systems Control – CRISC pelo ISACA e Information Security Foundation – ISFS pelo EXIN.

2 thoughts on “‘Data room’ do BVA será aberto a interessados

  • A. Coelho

    Prezado Marcos,
    Possuo investimentos no BVA em LCI, totalizando cerca de 150.000 reais.Ou seja, garantida até o limeite de R$70.000 pelo FGC. Tenho pesquisado sobre o que pode ocorrer em caso de liquidação do banco ,e segue perguntas não consigo ter elucidadas e gostaria muito de sua ajuda.

    1) A garantia do FGC é paga em quanto tempo? Este prazo começa a contar apenas após a liquidação do banco? O dia 19 de dezembro e a “deadline” para o BC dar uma posição sobre o banco?

    2) Em caso de liquidação. créditos como os meus (LCI), que possuem garantia física e não quirográficas , mesmo que a longo prazo, existe alguma chance de rever este dinheiro ou parte dele? Pois escutei de amigos do mercado, que quem tinha dinheiro investido no antigo Banco santos já recebeu grande parte destes valores.

    3) Em caso positivo, como me habilito a receber estes créditos?

    No aguardo, desde já agradeço a atenção

Fechado para comentários.