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CVM apurava irregularidades em fundos do Cruzeiro desde 2006

A CVM (Comissão de Valores Mobiliários) investigava desde agosto de 2006 irregularidades na venda de fundos de investimento do Banco Cruzeiro do Sul, liquidado em setembro. O banco vendia fundos de altíssimo risco, prometendo retorno alto e facilidade no resgate das aplicações.

Voltados a grandes investidores, dois fundos -Platinum e Equity- foram comercializados pelos gerentes do próprio banco para cerca de 300 pequenos investidores pessoas física, muitos deles parentes desses gerentes, que aplicaram suas economias sem saber o que estavam comprando e os riscos que corriam.

Dois desses fundos aplicavam em debêntures (títulos de dívida) da Moragato, uma empresa de participações de Luis Octavio e Luis Felipe Índio da Costa, antigos donos do Cruzeiro do Sul. A Maragato tinha ações da Petrobras e participações em empreendimentos da família.

Com a intervenção e depois liquidação, essas debêntures perderam praticamente todo o seu valor, deixando os investidores com o prejuízo.

Esses fundos também só poderiam ser resgatados em 2015. No entanto, o banco estimulava um mercado paralelo de compra e venda dessas cotas (chamado mercado secundário), que dava uma impressão artificial de que poderiam resgatar a aplicação a qualquer momento (liquidez diária). Não há ilegalidade nisso.

PIRÂMIDE

Os advogados dos cotistas, representados pelo escritório Souza, Cescon, argumentam que as irregularidades podem caracterizar pirâmide financeira, como publicou o jornal “O Estado de S.Paulo”. No entanto, os investimentos existiam, apesar de valerem quase nada hoje e de serem comercializados irregularmente pelos gerentes.

Para reaver pelo menos parte das aplicações, os cotistas foram à Justiça e exigiram saber o que de fato há de ativos na Maragato que possa reduzir seu prejuízo.

Os cotistas acreditam que só exista R$ 20 milhões a receber de um total de R$ 370 milhões investidos nesses fundos. A empresa de auditoria Horwarth Bendoraytes deve apresentar na sexta o balanço da Maragato em assembleia de cotistas.

O principal ativo da Maragato, que seriam as ações da Petrobras, teriam sido vendidas. Há suspeita de que os antigos donos teriam desviado R$ 1 bilhão ao exterior.

Os cotistas também pedem que sejam incluídos na massa em liquidação pelo Banco Central. A Maragato e a Verax, administradora dos fundos, estavam fora do Cruzeiro do Sul e não foram incluídas na liquidação do banco.

OUTRO LADO

Procurado, Roberto Podval, advogado dos ex-controladores do Cruzeiro, preferiu não comentar o caso, alegando que se encontra sob segredo de Justiça.

A CVM informou que não comenta casos específicos, mas afirmou que desde 2009 a supervisão dos fundos de investimento leva em conta o “potencial de dano aos investidores” e ao “funcionamento eficiente do mercado”.

Fonte: Folha de S.Paulo

marcos

Professor, Embaixador e Comendador MSc. Marcos Assi, CCO, CRISC, ISFS – Sócio-Diretor da MASSI Consultoria e Treinamento Ltda – especializada em Governança Corporativa, Compliance, Gestão de Riscos, Controles Internos, Mapeamento de processos, Segurança da Informação e Auditoria Interna. Empresa especializada no atendimento de Cooperativas de Crédito e habilitado pelo SESCOOP no Brasil todo para consultoria e Treinamento. Mestre em Ciências Contábeis e Atuariais pela PUC-SP, Bacharel em Ciências Contábeis pela FMU, com Pós-Graduação em Auditoria Interna e Perícia pela FECAP, Certified Compliance Officer – CCO pelo GAFM, Certified in Risk and Information Systems Control – CRISC pelo ISACA e Information Security Foundation – ISFS pelo EXIN.

One thought on “CVM apurava irregularidades em fundos do Cruzeiro desde 2006

  • Carlos Augusto

    Boa tarde. Ora, o texto da matéria é, “CVM apurava irregularidades em fundos do Cruzeiro desde 2006”, dessa forma a pergunta que não pode deixar de ser respondida é: De quem é a responsabilidade em permitir a realização e manutenção deste tipo de investimento, colocando todo mercado em risco, diga-se, o qual o Banco Central insiste em afirmar que foi um caso isolado. Ainda, qual a razão da existência do FGC se este, acredita-se, não possui o poder de fiscalizar, preventivamente. Qual a razão da demora dos órgãos controladores e fiscalizadores como, Banco Central, FGC, CVM, em atuar imediatamente para não se chegar onde se chegou. Como acreditar que não há outros bancos trilhando o mesmo caminho? As consequências desta liquidação, não foi tão branda como alardeado pelo Banco Central, pois é notório que o mercado Internacional, hoje, olha com mais desconfiança o mercado interno de investimento. E mais, se esta liquidação representava um percentual insignificante no mercado, as medidas que vem sendo tomadas são desproporcionais. Creio que há outras razões e interesses nesta liquidação…….. mas, para os investidores, somente resta aguardar e engolir o prejuízo. ****** CURIOSIDADE ***** O FUNDO GARANTIDOR, EM SUAS NORMAS, GARANTE AOS CORRENTISTAS E INVESTIDORES O VALOR DE R$ 70.000,00, PORÉM, DIVULGA QUE TODOS DEVEM ESPERAR ATÉ ACERTAREM A FORMA DESSE PAGAMENTO. MAS UMA VEZ, AOS “BENEFICIÁRIOS” SOMENTE RESTA AGUARDAR. Neste Pais, os fraudadores condenados são carregados nos ombros, isso é uma vergonha……

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