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Cresce ocorrência de roubos em grandes aeroportos do mundo

The Wall Street Journal – No ano passado, quando embarcou em um trem lotado para ir do aeroporto Charles de Gaulle ao centro de Paris, Doug Podd sentiu perigo no ar.

imageAcostumado a viajar, o fotógrafo de Dallas, nos Estados Unidos, guardou os euros que sacara em um caixa eletrônico numa pochete dessas que vai sob a roupa. Já no trem, resolveu colocar a carteira com cartões de crédito e documentos no bolso da frente do jeans. Para dificultar o acesso à carteira, enfiou uma pequena máquina fotográfica no mesmo bolso. Ao descer do trem, no entanto, a carteira tinha sumido. A câmera ficou.

“Não senti nada”, disse Podd. “Achei que tinha feito o suficiente”. Sua teoria é que um gatuno viu quando ele trocou a carteira de lugar, calculou que tinha algo de valor e deu o bote. Podd cancelou os cartões imediatamente.

Sob certos aspectos, quem viaja nunca esteve tão protegido de pequenos delitos em aeroportos — graças a verdadeiros exércitos de policiais e a câmeras espalhadas por tudo quanto é lado. Mas o velho problema do roubo de carteiras e bolsas está vivinho da silva em meios de transporte público de e para aeroportos, e em alguns dos principais destinos turísticos de países desenvolvidos, segundo a polícia e outros especialistas. O roubo de bagagem e furtos em quartos de hotel também seguem aí, fortes e firmes.

“O crime contra turistas é bem elevado”, disse Marcus Felson, professor de criminologia na Universidade do Estado do Texas, nos EUA, e especialista em análise criminológica.

Embora não haja um conjunto abrangente de estatísticas mundiais sobre isso, polícias locais e relatos informais indicam que em muitos destinos turísticos populares está crescendo o número de assaltos contra pessoas.

Em Londres, o número de crimes desse tipo subiu 20% nos últimos dois anos, segundo dados da Polícia Metropolitana, que já botou uma patrulha especializada nas ruas, a “Pickpocket Squad”, ou “Esquadrão Batedores de Carteira”. Com a chegada de grandes multidões em Londres para as Olimpíadas, a polícia londrina lançou o “Projeto Teia de Aranha” para fechar o cerco sobre ladrões. Em Paris, seguranças do Museu do Louvre aumentam a vigilância em recintos lotados. A polícia de Oslo distribui panfletos em zonas turísticas para alertar sobre o aumento na atividade de batedores de carteiras.

Nos EUA, o roubo de carteiras, no sentido técnico, diminuiu, dizem especialistas, embora não faltem muitos outros crimes flagrantes contra turistas, como o roubo de bolsas. E ainda há grandes redutos para o clássico batedor de carteiras — como corridas de cavalos com gente cheia de dinheiro para apostar, diz Felson. Grandes multidões em festas — como no Mardi Gras em Nova Orleans — ou meios de transporte público lotados, como os ônibus em San Francisco, também aumentam o risco de uma carteira surrupiada.

Técnicas da bandidagem incluem abrir o zíper da bolsa da vítima para pegar a carteira ou o celular e criar alguma forma de contato — esbarrar na vítima, digamos, ou fazer um comparsa se postar de repente na frente do incauto enquanto o outro ladrão vem por trás e tromba com a pessoa para tirar a carteira do bolso traseiro da calça. Na Itália, é comum o ladrão usar navalhas para rasgar bolsas de mulher e até bolsos de jaquetas de homens.

Distrair a vítima é outra tática comum. O bandido pode borrifar algo sobre a vítima, derrubar moedas a sua frente ou pedir que a pessoa lhe dê instruções para chegar a algum lugar — tudo para distrair.

Não há como afirmar com certeza que há um fator específico por trás da persistência e do crescimento do roubo de carteiras e bolsas em muitas cidades. A disseminação de câmeras de circuito interno em aeroportos expulsou o ladrão para trens e outras áreas com alta circulação de gente. E o crescente uso de câmeras nas ruas das cidades faz com que surrupiar discretamente uma carteira seja menos arriscado do que um assalto à vista de todos.

O simples fato de que há mais gente circulando com aparelhos caros e fáceis de roubar, como iPhones, explica parte do aumento. E as fronteiras mais abertas de hoje tornam mais fácil para grupos organizados orquestrar redes itinerantes de criminosos, dizem especialistas.

A British Transport Police, a corporação que patrulha linhas de trem e metrô em Londres, diz que parte considerável do roubo de carteiras é feito por esses grupos organizados. Com base em espionagem e operações secretas, a polícia afirma que “nos últimos anos o grosso do lucro auferido com esses crimes foi remetido aos chefes de redes de crime organizado no exterior”, segundo um porta-voz da corporação.

Na Espanha, onde o desemprego chegou a 24,6% em junho, o Departamento de Estado americano disse que recebe “milhares de queixas de americanos que são roubados ou ludibriados em uma série de golpes todo ano”. É uma pequena parcela do total de 1,2 milhão de turistas americanos que visitam a Espanha todo ano; as autoridades alertam, contudo, que certas zonas turísticas populares estão infestadas com bandos muito ativos de batedores de carteira.

Não se quer dizer, com isso, que haja necessariamente uma ligação entre os problemas econômicos e um aumento em crimes como o roubo de carteiras, dizem especialistas.

Na verdade, diz Felson, a prosperidade produz mais turistas e mais criminosos — pois o crime sobe quando há mais para roubar.

Fonte: SCOTT MCCARTNEY, WSJ, Valor

marcos

Professor, Embaixador e Comendador MSc. Marcos Assi, CCO, CRISC, ISFS – Sócio-Diretor da MASSI Consultoria e Treinamento Ltda – especializada em Governança Corporativa, Compliance, Gestão de Riscos, Controles Internos, Mapeamento de processos, Segurança da Informação e Auditoria Interna. Empresa especializada no atendimento de Cooperativas de Crédito e habilitado pelo SESCOOP no Brasil todo para consultoria e Treinamento. Mestre em Ciências Contábeis e Atuariais pela PUC-SP, Bacharel em Ciências Contábeis pela FMU, com Pós-Graduação em Auditoria Interna e Perícia pela FECAP, Certified Compliance Officer – CCO pelo GAFM, Certified in Risk and Information Systems Control – CRISC pelo ISACA e Information Security Foundation – ISFS pelo EXIN.