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Conselhos precisam aprimorar gestão de risco

Os critérios de gerenciamento de risco precisam ser aprimorados em quase um terço dos conselhos, aponta uma pesquisa do Instituto de Auditores Internos do Reino Unido.

A constatação vem em meio a preocupações sobre risco depois que Kweku Adoboli, operador supostamente responsável por uma perda de US$ 3,2 bilhões no UBS, foi indiciado por fraude e contabilidade falsa.

Dos 141 auditores internos consultados pela pesquisa, 32% disseram que o critério de gerenciamento de risco adotado pelos conselheiros das empresas era inadequado.

Os auditores internos são responsáveis por oferecer uma opinião independente sobre gerenciamento de risco e governança empresarial aos conselheiros das companhias.

A pesquisa chegou à conclusão de que a análise de risco por parte do conselho pode ser muito limitada: 28% dos conselhos não têm um processo formal para determinar quanto risco o negócio deveria assumir e os riscos de operacionais e de “compliance” recebem pouca atenção.

Ainda de acordo com o estudo, uma significativa minoria pode não operar com independência suficiente para desafiar as ações da equipe executiva: 17% dos consultados disseram que isso era um problema dentro dos conselhos.

De acordo com o instituto, a revisão do risco em muitas companhias foi deixada inteiramente por conta do comitê de auditoria. Em 63% das empresas, apenas membros desse comitê tiveram contato com a equipe de auditoria interna. Dessa forma, outros conselheiros podem estar perdendo a oportunidade de utilizar sua experiência para avaliar o gerenciamento de risco em áreas cruciais.

Segundo Ian Peters, diretor executivo do instituto, “os critérios de gerenciamento de risco dos conselhos ainda precisam se tornar mais robustos. Essa pode ser a lição mais importante da crise financeira”,

A pesquisa mostrou também que, apesar de a importância e a qualidade dos conselheiros ter melhorado ao longo dos últimos cinco anos, eles “ainda precisam se tornar muito mais questionadores e pró-ativos em sua abordagem de gerenciamento de risco se quiserem casar as necessidades da empresa com as expectativas dos investidores”.

A pesquisa identificou outras barreiras para se alcançar um entendimento apropriado dos riscos que envolvem as empresas: 66% das companhias consultadas disseram que seus conselheiros eram inteiramente dependentes ou muito dependentes da diretoria para receber informações, o que os deixa pouco expostos a visões alternativas.

Isso pode limitar o entendimento dos riscos operacionais, como saúde e segurança ou questões relativas à cadeia de suprimentos. Enquanto 93% das empresas classificaram o entendimento de seus conselheiros em questões estratégicas, como atividades de fusão e aquisição, como bom ou muito bom, 28% disseram que eles tinham uma visão mediana ou pobre sobre os riscos operacionais.

Peters afirma: “Uma maneira de abordar a questão é se certificar de que os conselheiros estão aproveitando completamente os recursos que a equipe de auditoria interna pode oferecer para se assegurar de que eles estão suficientemente ‘por dentro’ o negócio para prover o nível de discernimento necessário”.

Fonte: Brian Groom | Financial Times, Valor Economico

marcos

Professor, Embaixador e Comendador MSc. Marcos Assi, CCO, CRISC, ISFS – Sócio-Diretor da MASSI Consultoria e Treinamento Ltda – especializada em Governança Corporativa, Compliance, Gestão de Riscos, Controles Internos, Mapeamento de processos, Segurança da Informação e Auditoria Interna. Empresa especializada no atendimento de Cooperativas de Crédito e habilitado pelo SESCOOP no Brasil todo para consultoria e Treinamento. Mestre em Ciências Contábeis e Atuariais pela PUC-SP, Bacharel em Ciências Contábeis pela FMU, com Pós-Graduação em Auditoria Interna e Perícia pela FECAP, Certified Compliance Officer – CCO pelo GAFM, Certified in Risk and Information Systems Control – CRISC pelo ISACA e Information Security Foundation – ISFS pelo EXIN.