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Compulsório pode dar liquidez ao FGC

Em fevereiro, quando começar a deixar de remunerar parte do depósito compulsório recolhido dos bancos, o Banco Central vai incentivar não apenas a compra de carteiras de créditos de instituições financeiras de menor porte mas também a liquidez do Fundo Garantidor de Créditos (FGC).

O objetivo do Banco Central é proporcionar uma reciclagem nos ativos do FGC, instituição que assumiu papel de protagonista no sistema financeiro nacional atuando para prevenir crises bancárias.

Dos R$ 27,9 bilhões de patrimônio do FGC, R$ 11,5 bilhões estão em papéis de risco privado. Além disso, o fundo já teve no ano passado um prejuízo de R$ 3,35 bilhões com a operação de resgate do banco PanAmericano, comprado pelo BTG Pactual.

Em medida publicada no fim de dezembro, o governo anunciou que não vai mais remunerar todo o depósito compulsório dos bancos com juros. A partir do próximo mês, só 73% do dinheiro será remunerado, percentual que cairá para 64% a partir de abril.

Se não quiserem deixar o dinheiro parado, as instituições terão de comprar carteiras de crédito, letras financeiras e depósitos interfinanceiros (DIs) de bancos de menor porte ou ativos adquiridos pelo FGC.

Se os bancos optarem por adquirir papéis privados que hoje estão na carteira do FGC, o fundo voltará a aplicar seus recursos em títulos públicos, aumentando sua liquidez. Até 2008, os papéis do governo eram a única aplicação do FGC. Além disso, transferirá para as instituições um risco de crédito que hoje carrega.

Como o balanço do FGC é finito – do tamanho das contribuições feitas pelos próprios bancos sobre depósitos à vista, a prazo ou da poupança -, o fundo tem um limite para atuar comprando papéis de instituições financeiras. Se não ocorre uma reciclagem dos seus ativos, o fundo acaba impedido de voltar a atuar evitando crises no sistema bancário ou garantindo o dinheiro dos depositantes dos bancos – que era a função inicial do FGC, criado em 1995.

Não é a primeira vez que o Banco Central estimula os bancos a comprarem ativos que estejam no balanço do FGC. Entre 2008 e 2009, o FGC adquiriu cerca de R$ 8 bilhões em carteiras que depois foram recompradas pelos bancos.

A diferença é que agora a autoridade ampliou o leque de ativos do fundo que os bancos poderão comprar: cotas de fundos multimercado, de renda fixa e de direitos creditórios, certificados de depósito bancário (CDBs), letras de arrendamento mercantil e letras de câmbio.

São modalidades de aplicação financeira que passaram a fazer parte do rol de investimento do FGC ao longo do tempo. Em 2008, o fundo atuava principalmente por meio da compra de carteiras de créditos.

Entretanto, segundo o Valor apurou, por enquanto as instituições de grande porte ainda não procuraram o FGC em busca da aquisição de seus papéis de risco de crédito privado. Vale lembrar que, em muitos casos, o FGC só comprou carteiras e papéis de instituições menores porque encontraram dificuldades de captação por meio da venda para outros bancos ou investidores. Ou, como nos casos de Schahin e Matone – comprados por BMG e JBS (atual Original), respectivamente – tiveram dificuldades patrimoniais.

Fonte: Carolina Mandl, Valor Economico

marcos

Professor, Embaixador e Comendador MSc. Marcos Assi, CCO, CRISC, ISFS – Sócio-Diretor da MASSI Consultoria e Treinamento Ltda – especializada em Governança Corporativa, Compliance, Gestão de Riscos, Controles Internos, Mapeamento de processos, Segurança da Informação e Auditoria Interna. Empresa especializada no atendimento de Cooperativas de Crédito e habilitado pelo SESCOOP no Brasil todo para consultoria e Treinamento. Mestre em Ciências Contábeis e Atuariais pela PUC-SP, Bacharel em Ciências Contábeis pela FMU, com Pós-Graduação em Auditoria Interna e Perícia pela FECAP, Certified Compliance Officer – CCO pelo GAFM, Certified in Risk and Information Systems Control – CRISC pelo ISACA e Information Security Foundation – ISFS pelo EXIN.