Bolsas mantêm queda forte com temor de crise nos bancos

Medo. Foi esse o sentimento predominante nos mercados internacionais ontem, causando quedas de mais de 4% nos principais índices de ações dos Estados Unidos. O temor de que a crise da dívida europeia tenha atingido a solidez financeira de bancos franceses – com os americanos como os próximas na fila do contágio – causou fuga dos investidores.

O otimismo recuperado na terça-feira, com a promessa do Fed de manter os juros perto de zero nos próximos dois anos, durou pouco e a volatilidade do pregão foi intensa. O índice S&P 500 perdeu 4,42%, para 1.120 pontos. As dez componentes do índice caíram pelo menos 2%. O Nasdaq recuou 4,09%, a 2.381 pontos. O índice Dow Jones caiu 4,63%, e encerrou com 10.719 pontos.

Os bancos lideraram as perdas, com o índice KBW, que reúne ações de financeiras americanas, caindo 4,9%. Papéis do Bank of America e do Goldman Sachs perderam mais de 10%.

Mesmo a reafirmação da classificação ‘AAA’ para França pelas três maiores agências de rating teve pouco efeito para acalmar investidores.

“A mensagem é de que o mercado está preocupado com a indústria financeira”, disse Kevin Caron, estrategista de mercados na Stifel Nicolaus & Co, que administra US$ 115 bilhões em ativos de clientes. “Os bancos estão expostos a uma economia que está se deteriorando. Há preocupação sobre o transbordamento da crise europeia”. Outros analistas ressaltaram o aumento nos custos de operação dos bancos com as crises de dívida soberana.

Entre as quedas não relacionadas ao setor financeiro, a Walt Disney perdeu 9,1%, maior percentual desde 2008, depois que resultados para o segundo trimestre mostrando queda da receita com anúncios televisivos.

Na Europa, o forte movimento de vendas no setor bancário liderou perdas acentuadas nos principais índices. Os papéis do banco francês, Société Générale, chegaram a recuar 21% na mínima do dia, fechando com queda de 14,7%, em meio a dúvidas sobre a solidez financeira do banco.

O FTSEurofirst 300, que mede o desempenho dos mais importantes papéis do continente, caiu 3,96%, aos 910 pontos. Já o índice francês CAC 40 desabou 5,45%. Na Inglaterra, o índice Financial Times fechou em baixa de 3,05%, a 5.007 pontos. Em Frankfurt, o índice DAX despencou 5,13%, para 5.613 pontos, com a empresa de geração de energia EON puxando as perdas, depois de anunciar cortes de dividendos e pessoal e cair 11%.

Fonte: Agências internacionais, Valor Economico