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Besi Brasil será controlado por chineses

O Besi Brasil, subsidiária local do português Banco Espírito Santo de Investimento, será controlado por uma instituição chinesa. O banco português anunciou ontem a venda de seu braço de investimentos para a Haitong International Holdings, incluindo sua operação brasileira.

Os negócios do Besi Brasil não devem ser substancialmente afetados pela transação, segundo Alan Fernandes, presidente interino da instituição. Após aprovada a compra, o banco será controlado pela Haitong, que deterá os 80% do capital anteriormente pertencente ao Besi de Portugal. Os outros 20% devem continuar nas mãos do Bradesco, de acordo com o executivo.

“Há, por parte do Haitong, interesse em continuar a parceria com o Bradesco”, disse Fernandes. Ele afirmou que o banco brasileiro acompanhou as negociações do Besi com a instituição chinesa e aprovou a operação. Procurado, o Bradesco não quis se manifestar sobre o assunto.

O objetivo do banco chinês, segundo Fernandes, é usar a capilaridade do Besi para expandir sua presença ao redor do mundo e entrar em novos mercados, incluindo o Brasil, onde o Haitong não tem negócios atualmente. “O país permanece no foco após a transação”, afirma Fernandes. Na China, o banco oferece serviços financeiros para mais de 4,6 milhões de clientes no varejo e 12 mil clientes institucionais. Suas ações estão listadas nas bolsas de Xangai e de Hong Kong.

Os serviços realizados pelo Besi Brasil atualmente, como assessoria em fusões e aquisições, operações no mercado de capitais, tesouraria, crédito e produtos estruturados continuarão sendo oferecidos. “Tudo continua operando normalmente”, diz Fernandes. Os produtos financeiros que são distribuídos globalmente, com foco na Ásia, devem receber maior atenção, dada a forte presença da Haitong na China.

Também não está prevista nenhuma mudança, no curto prazo, na direção executiva do banco no Brasil, embora a nomeação de um representante da Haitong no conselho de administração seja provável. “Há interesse em manter o quadro administrativo”, disse Fernandes. Ainda não foi determinado se o banco continuará a operar com o mesmo nome. “Isso ainda vai ser definido, faz parte de uma estratégia de mercado”, disse o executivo.

O Besi Brasil já havia se desfeito, em setembro, de suas carteiras de serviços voltados a pessoas físicas em gestão de recursos e de patrimônio, que somavam R$ 1,5 bilhão. As operações foram vendidas para o banco Brasil Plural e a transação foi autorizada pelo Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) em outubro, sem restrições.

A venda do Besi para a Haitong ainda está sujeita à aprovação do Banco de Portugal, autoridades reguladoras da concorrência e os bancos centrais de todos os países em que o banco opera, incluindo o brasileiro. Fernandes afirmou que o Banco Central do Brasil estava a par das negociações e, por isso, a aprovação deve sair no tempo regular, de até seis meses. “A aprovação deve ocorrer dentro da normalidade.”

Segundo o Valor apurou, no momento não existe nenhum pleito para a transferência do controle do Besi Brasil em análise no BC.

A Haitong concordou em pagar € 379 milhões pela totalidade do capital social do Besi. O pagamento será feito ao Novo Banco, a instituição financeira criada com os ativos saudáveis do Banco Espírito Santo (BES) após seu colapso e a intervenção do Banco de Portugal. De acordo com Fernandes, não está previsto nenhum aporte de capital pelos chineses no Brasil no curto prazo.

O presidente do Besi Brasil afirma que o banco tem liquidez suficiente para manter suas operações, incluindo o capital necessário para resgatar os bônus que vencem em março de 2015 e foram emitidos em 2010, no valor total de US$ 500 milhões. Desde então, o banco já teria recomprado mais de US$ 100 milhões desses papéis, segundo fontes.

Essa dívida não será rolada porque o banco irá aguardar as aprovações regulatórias necessárias antes de tentar acessar o mercado de capitais novamente. Uma nova emissão de dívida está nos planos da instituição, uma vez que a situação do banco esteja “estabilizada”, segundo Fernandes. A expectativa, disse ele, é que o Besi Brasil tenha o rating melhorado após a aprovação da aquisição, já que a nota de crédito do novo controlador é mais alta.

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http://www.valor.com.br/financas/3808784/besi-brasil-sera-controlado-por-chineses#ixzz3LPC8I763

marcos

Professor, Embaixador e Comendador MSc. Marcos Assi, CCO, CRISC, ISFS – Sócio-Diretor da MASSI Consultoria e Treinamento Ltda – especializada em Governança Corporativa, Compliance, Gestão de Riscos, Controles Internos, Mapeamento de processos, Segurança da Informação e Auditoria Interna. Empresa especializada no atendimento de Cooperativas de Crédito e habilitado pelo SESCOOP no Brasil todo para consultoria e Treinamento. Mestre em Ciências Contábeis e Atuariais pela PUC-SP, Bacharel em Ciências Contábeis pela FMU, com Pós-Graduação em Auditoria Interna e Perícia pela FECAP, Certified Compliance Officer – CCO pelo GAFM, Certified in Risk and Information Systems Control – CRISC pelo ISACA e Information Security Foundation – ISFS pelo EXIN.