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Benefício de nova sacolinha esbarra na coleta seletiva de lixo

Distribuída a partir de 25 de janeiro, a sacolinha biodegradável que os supermercados venderão a R$ 0,19 terá o benefício ambiental plenamente atendido somente em 2014, quando o país pretende universalizar a coleta seletiva de lixo.

A sacolinha biodegradável demora até dois anos para se decompor no meio ambiente, independentemente do local de descarte –aterro sanitário, lixões, córregos etc.

Até lá, o material tem quase o mesmo efeito perverso de entupir bueiros do que o plástico comum, cuja decomposição demora mais de cem anos, com a vantagem, porém, de ser menos nocivo se for ingerido por animais.

O maior benefício virá com a proliferação de usinas de compostagem, ambiente preparado para decompor material orgânico como alimentos.

Feita de amido de milho, a sacolinha biodegradável poderá acondicionar lixo orgânico e ir direto para decomposição nas usinas de compostagem. Hoje, existem no país cerca de 300 usinas, que transforma o lixo orgânico em gás metano e em adubo.

“Qual é a realidade hoje do país? É de aterro sanitário. Qual o melhor produto para o aterro sanitário? É a sacolinha compostável porque ela vai sumir por completo: 90% são decompostos e os 10% restantes viram adubo. O Brasil importa adubo e tem interesse em investir em usina de compostagem, mas isso depende de ter lixo orgânico separado pela coleta seletiva”, disse Gisele Barbin, gerente comercial da Extrusa Pack, fabricante da nova sacolinha.

Diante do desafio para dar um fim seguro ao lixo, a maioria dos países decidiram por vias diferentes. Nos EUA, as sacolas seguem de plástico comum, mas o país incentiva a reciclagem completa. Na França e na Itália, a sacola biodegradável é usada para o lixo orgânico.

Havia a possibilidade de o Brasil adotar a versão oxidegradável, que se degrada no ar (não funciona aterrada) e não precisa de usina de compostágem por ter um aditivo que detona a decomposição. O aditivo, porém, é acuado de deixar resíduos tóxicos.

Além das sacolinhas biodegradáveis, a indústria criou um plástico verde feito a partir de etanol da cana.

“Nosso plástico não é biodegradável, mas é verde porque é feito com a cana, que absorve gás carbônico. Empresas como a Danone têm meta de reduzir até 30% sua emissão de carbono. Usando plástico verde ela chega perto disso”, diz Rodrigo Belloli, responsável pela área de biopolímeros da Braskem.

Paulistanos terão de viver sem sacolinhas a partir de janeiro

Com ou sem lei (que está suspensa), São Paulo vai banir as sacolinhas plásticas a partir de 25 de janeiro.

No lugar, o consumidor terá de se virar com ecobags retornáveis, caixas de papelão, carrinhos de feira ou sacolas biodegradáveis de amido de milho, vendidas a R$ 0,19.

Apesar de a eficácia da medida dividir ambientalistas (falta infraestrutura para decompor as tais sacolas biodegradáveis), as redes varejistas, o governo e a Prefeitura de São Paulo juntaram forças para vencer as resistências –a reação inicial do consumidor foi ruim nas pioneiras Jundiaí e Belo Horizonte.

Os consumidores reclamavam de pagar R$ 0,19 por algo que recebiam de graça, explodiu o consumo de sacos de lixo e houve bate-boca de quem não tinha como carregar as compras –principal argumento para derrubar na Justiça leis como a de São Paulo.

Nos próximos dias, começa a campanha com propaganda na TV e sacolas retornáveis gigantes afixadas nas ruas (terá uma na avenida Paulista, região central).

Os supermercados compraram mais de 100 milhões de sacolinhas biodegradáveis e reforçaram as encomendas das retornáveis duráveis –novo negócio até para grifes como Osklen e Cavalera.

A ideia é que o consumidor substitua o plástico não pela similar biodegradável, mas pela durável. Em Jundiaí, somente 5% do consumo “ressurgiu” nas biodegradáveis.

O fim dos plásticos motiva grito geral da indústria, que fatura R$ 1,1 bilhão e ameaça demitir 6.000 pessoas. Provoca “guerra de laudos” de diferentes tecnologias verdes, que tentam demonstrar emissão menor de CO2.

A sacolinha plástica entope bueiro, polui mananciais e vai parar no estômago de peixes nos seus mais de cem anos de vida. Com a biodegradável ocorre a mesma coisa, só que por até dois anos –em usina de compostagem (há somente 300 no país), são seis meses.

De cara, os supermercados vão economizar R$ 72 milhões mensais –valor dos 2,4 bilhões de sacos gratuitos.

Segundo João Sanzovo, diretor da Apas (Associação Paulista de Supermercado), a economia é desprezível perto dos gastos com propaganda, educação, coleta seletiva e treinamento de equipes.

“A sacolinha é uma comodidade para o supermercado. O fato de não ter uma indústria de compostagem não tira o mérito dessa iniciativa, que vai puxar outras.”

Unilever e Procter investem em produtos como detergentes concentrados, que usam menos água e precisam de frascos menores. Os alimentos tendem a vir em embalagens com menos papel.

Para atender a indústria, a Braskem criou um plástico verde, a partir da cana, e emite menos carbono. Esse plástico será usado nas ecobags retornáveis.

Fonte: Toni Sciarreta, Folha de S.Paulo

marcos

Professor, Embaixador e Comendador MSc. Marcos Assi, CCO, CRISC, ISFS – Sócio-Diretor da MASSI Consultoria e Treinamento Ltda – especializada em Governança Corporativa, Compliance, Gestão de Riscos, Controles Internos, Mapeamento de processos, Segurança da Informação e Auditoria Interna. Empresa especializada no atendimento de Cooperativas de Crédito e habilitado pelo SESCOOP no Brasil todo para consultoria e Treinamento. Mestre em Ciências Contábeis e Atuariais pela PUC-SP, Bacharel em Ciências Contábeis pela FMU, com Pós-Graduação em Auditoria Interna e Perícia pela FECAP, Certified Compliance Officer – CCO pelo GAFM, Certified in Risk and Information Systems Control – CRISC pelo ISACA e Information Security Foundation – ISFS pelo EXIN.