BC encontra irregularidades em pacotes de banco
Depois de iniciar uma força-tarefa há cerca de um ano para inspecionar os pacotes de tarifas bancárias, o Banco Central (BC) detectou uma série de irregularidade nos produtos vendidos pelos bancos, principalmente nos planos cujos valores pagos são convertidos em bônus para falar no celular, segundo o Valor apurou.
Em reuniões com os bancos nas últimas semanas, a autoridade alertou os executivos que os pacotes descumprem a regulação, dificultando a comparação de preços pelos consumidores. Em breve, o BC deve começar a autuar formalmente as instituições, o que deve levar à retirada desses planos das prateleiras.
Diante das cobranças da autoridade, o Itaú Unibanco já deixou de comercializar recentemente quatro pacotes de tarifas, sendo dois deles associados a bônus de celular. Bradesco e Santander ainda oferecem os produtos.
Criados em 2010 a partir de uma iniciativa do Bradesco, os pacotes de bônus de celular se tornaram populares em um país que tem 278 milhões linhas móveis, mais do que o dobro de contas correntes de pessoas físicas. Caíram sobretudo nas graças dos consumidores de mais baixa renda.
Os pacotes custam entre R$ 15,9 e R$ 39,9 e têm uma taxa de conversão que vai de 50% a 109% do valor pago em bônus no celular. São planos que engordaram a receita dos bancos nos últimos anos, conforme dizem as instituições em relatórios a investidores.
O BC tem discutido com os bancos que os pacotes com benefícios como bônus de celular estão em desacordo com a regulação sobre tarifas, segundo relatou ao Valor um executivo que participou desses encontros, mas que prefere manter o anonimato. Pelas regras, os planos de tarifas só podem oferecer produtos bancários, como saques, extratos e transferências.
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