Notícias

BATS e Claritas anunciam bolsa alternativa

Noticias 1“Não estaríamos iniciando os trabalhos para fazer negócios no Brasil se não acreditásssemos que existe uma boa oportunidade de incrementar este mercado.” A afirmação é de Ken Conklin, chefe de desenvolvimento de negócios globais da BATS Global Markets que, ontem, como antecipou o Valor, fechou parceria com a gestora brasileira Claritas para criar uma nova bolsa no Brasil.

Em entrevista recente ao Valor, o diretor-presidente da BM&FBovespa, Edemir Pinto, afirmou que não se preocupava com essa possibilidade porque a porta para uma concorrente estava aberta desde 2007, quando saiu a regulação para bolsas desmutualizadas. Não acontecia, afirmou, porque, exige investimentos muito elevados.

Ontem, porém, as ações da bolsa reagiram negativamente às notícias da BATS, com uma queda de 4,74%, cotadas a R$ 11,45, segunda maior queda do dia. “A notícia em si é negativa porque quebra um monopólio”, diz Jacqueline Lison, da corretora Fator.

Conklin, da BATS, afirma que em outros mercados em que ingressou, assim como agora no Brasil, falava-se de barreiras de entrada muito grandes. “Levamos o plano adiante e temos conseguido resultados muito positivos”, diz. A BATS responde por mais de 10% dos negócios com ações nos Estados Unidos e por 6% na Europa.

A BM&FBovespa diz que só irá comentar a possível chegada de uma nova bolsa no país na sexta-feira, quando divulgará seus resultados de 2010.

Segundo Conklin, a filosofia da BATS é “fazer o mercado cada vez melhor” para todos os seus participantes. “Fazemos isso retirando o que chamamos de ‘atritos’ no mercado”, diz o executivo, citando preços muito altos para negociação, tecnologia inferior ou serviços fracos de atendimento ao cliente.”

“Identificamos esses atritos no mercado brasileiro, que não tem sido capaz de crescer o quanto pode em função dos preços altos que pratica e da tecnologia atrasada que oferece, que acaba por adiar a conclusão das operações”, diz Conklin. “A competição fará o mercado crescer. Nossa estratégia é oferecer menores custos de negociação, tecnologia de ponta e um diferenciado serviço de atendimento.”

A BATS não faz comentários sobre qual a fatia do mercado brasileiro prevê atingir, quando iniciará as operações ou se planeja fazer negócios em outras praças latino-americanas, até mesmo promovendo uma consolidação de negócios na região.

BATs e Claritas conversam sobre oportunidades no mercado doméstico há seis meses. Separadamente, estão há pelo menos dois anos realizando estudos.

O recuo no preço das ações da BM&FBovespa ontem refletiu a maior preocupação dos investidores: uma guerra de preços entre Bovespa e a nova bolsa. “Se a BM&FBovespa perceber uma ameaça real, vai se defender via tarifas”, diz o analista Carlos Firetti, da Bradesco Corretora.

Em relatório, os analistas do Credit Suisse estimaram que a construção de uma nova plataforma levará de dois a três anos, levando-se em consideração as exigências regulatórias existentes no mercado brasileiro. Na Austrália, esse processo levou quatro anos.

Outra dificuldade é a liquidez. “Para qualquer plataforma de negociação ter sucesso no Brasil, as grandes corretoras precisam participar dela, já que o negócio só se justifica se for capaz de dar uma liquidez apropriada”, diz o Credit Suisse, ressaltando que o mercado brasileiro ainda tem um porte relativamente pequeno. Porém, conta a favor a Bovespa o fato de o ambiente regulatório brasileiro ser diferente do americano, onde as próprias corretoras desenvolveram suas plataformas de negociação para reduzir custos. No Brasil, isso não é possível. (Colaborou Carolina Mandl, de São Paulo)

Fonte: Ana Paula Ragazzi, Valor Economico

marcos

Professor, Embaixador e Comendador MSc. Marcos Assi, CCO, CRISC, ISFS – Sócio-Diretor da MASSI Consultoria e Treinamento Ltda – especializada em Governança Corporativa, Compliance, Gestão de Riscos, Controles Internos, Mapeamento de processos, Segurança da Informação e Auditoria Interna. Empresa especializada no atendimento de Cooperativas de Crédito e habilitado pelo SESCOOP no Brasil todo para consultoria e Treinamento. Mestre em Ciências Contábeis e Atuariais pela PUC-SP, Bacharel em Ciências Contábeis pela FMU, com Pós-Graduação em Auditoria Interna e Perícia pela FECAP, Certified Compliance Officer – CCO pelo GAFM, Certified in Risk and Information Systems Control – CRISC pelo ISACA e Information Security Foundation – ISFS pelo EXIN.