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Bancos de investimento estrangeiros encolhem no país

No luxuoso escritório que o UBS inaugurou no Brasil no ano passado, um dos cinco andares está sendo desocupado. Espremido entre questões regulatórias na Europa e um crescimento aquém do esperado no país, o banco suíço reduziu sua equipe nos últimos meses. Agora, tenta devolver ou sublocar espaços ociosos. Uma reversão e tanto nas expectativas da instituição, que desembolsou R$ 58 milhões em sua nova sede e investiu R$ 195 milhões na compra da corretora Link.

Ao integrar as operações da corretora, o UBS fez demissões onde havia sobreposição, como tecnologia e áreas administrativas, conforme relatou o Valor em reportagem publicada em maio. Outras pessoas deixaram a Link voluntariamente por discordar dos termos do contrato de migração para o UBS, segundo fonte próxima à instituição. Com isso, a equipe teria hoje pouco mais de 300 pessoas. Há cerca de um ano, havia 220 funcionários na corretora e 150 no banco, segundo o próprio UBS informou na época.

Procurado, o banco negou que um de seus andares esteja sendo esvaziado e disse que não comenta rumores. Porém, a informação foi confirmada ao Valor por pessoas que frequentam o escritório.

O UBS não está sozinho e o quadro é o exato oposto do que se via há apenas um ano atrás, quando muitos bancos estavam de mudança para novos e espaçosos endereços. Nos últimos anos, com pouca oferta de imóveis e preços em alta, diversos bancos alugaram andares já pensando em seus planos de expansão. O crescimento do mercado, no entanto, decepcionou e as instituições colocaram o pé no freio.

Agora, com 2013 se configurando como mais um ano fraco para o mercado de capitais, os bancos de investimentos mais uma vez crescem menos do que esperavam. A situação é mais difícil entre estrangeiros, que têm sofrido fortes ajustes em seus países de origem para se adaptar a novas regras e têm menos capital disponível no Brasil para concorrer com os grandes bancos locais. Algumas instituições ajustaram suas estruturas ou reformularam os negócios no país.

Em janeiro, o Barclays encerrou a análise de investimentos em renda variável no Brasil. Agora, o banco britânico pretende sublocar dois dos cinco andares de sua sede, diz fonte do setor imobiliário. O escritório fica na avenida Faria Lima, em São Paulo, no mesmo edifício do UBS. O Barclays não comentou o assunto.

Reduzir espaços vazios – e despesas – também é o caso no Goldman Sachs. O banco americano busca inquilino para um dos quatro andares de seu novo escritório, inaugurado há menos de um ano no bairro paulistano do Itaim. A laje nunca foi ocupada. Estava disponível para abrigar o crescimento da instituição no país, mas ele tem sido mais lento que o previsto.

Em outubro, o Goldman fez um aporte de US$ 200 milhões na subsidiária brasileira. Ao mesmo tempo, fechou sua gestora de recursos em moeda local. No começo deste ano, Daniel Wainstein, que era chairman da área de banco de investimentos, deixou a instituição.

Pessoa próxima ao banco diz que o número de funcionários do Goldman Sachs no país caiu 2% em relação ao início do ano. Procurado, o banco não se pronunciou. Tampouco revelou o tamanho exato de sua equipe. Na projeção mais recente, o Goldman Sachs dizia ter ao redor de 300 pessoas no país.

O sul-africano Standard Bank também cortou gastos com escritório. A instituição já tinha inquilino para duas das cinco lajes que ocupa em um edifício na esquina das avenidas Faria Lima e Juscelino Kubitschek e agora tenta sublocar mais um andar. O banco não divulga o tamanho de sua equipe, mas atribui a redução de espaços a uma reestruturação global. O Standard Bank, que tentava competir como banco de investimento, decidiu se concentrar em negócios com países africanos.

Após dois anos fracos para o mercado de capitais no país, 2013 parecia promissor. As ofertas de ações voltaram a crescer e, na renda fixa, havia sinais de que as emissões manteriam um bom ritmo. De maio para cá, porém, o humor mudou. A volatilidade aumentou, freando captações. Ao mesmo tempo, o fraco desempenho da bolsa prejudica os negócios.

Segundo a Anbima, associação das instituições que atuam no mercado de capitais, o volume de captações brasileiras por meio de ações e renda fixa, dentro e fora do país, totalizou R$ 112,657 bilhões de janeiro a junho. Caiu 4,1% frente a igual período do ano passado.

Só houve crescimento na renda variável. O volume das ofertas de ações mais que dobrou, somando R$ 17,722 bilhões de janeiro a junho, puxado por BB Seguridade.

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marcos

Professor, Embaixador e Comendador MSc. Marcos Assi, CCO, CRISC, ISFS – Sócio-Diretor da MASSI Consultoria e Treinamento Ltda – especializada em Governança Corporativa, Compliance, Gestão de Riscos, Controles Internos, Mapeamento de processos, Segurança da Informação e Auditoria Interna. Empresa especializada no atendimento de Cooperativas de Crédito e habilitado pelo SESCOOP no Brasil todo para consultoria e Treinamento. Mestre em Ciências Contábeis e Atuariais pela PUC-SP, Bacharel em Ciências Contábeis pela FMU, com Pós-Graduação em Auditoria Interna e Perícia pela FECAP, Certified Compliance Officer – CCO pelo GAFM, Certified in Risk and Information Systems Control – CRISC pelo ISACA e Information Security Foundation – ISFS pelo EXIN.