Banco BVA apostava em taxas agressivas e crédito arriscado
Focado em indústrias de médio porte, um dos segmentos mais carentes de crédito, o Banco BVA financiava metalúrgicas, usinas e frigoríficos importantes, que, muitas vezes, tinham seus pedidos negados por outras instituições financeiras.
Para essas empresas, o banco adiantava capital de giro, descontava duplicatas, dava cartas de fiança, fazia o câmbio para eventuais importações e exportações, entre outras operações.
O banco cobrava caro pelos empréstimos, mas também pagava alto para levantar dinheiro com os investidores, ficando conhecido por oferecer algumas das taxas mais agressivas do mercado.
O BVA navegou bem enquanto a produção e as vendas dessas empresas cresciam com vigor. No entanto, a desaceleração chegou, elevou a inadimplência e o atraso nos pagamentos.
Com muitos empréstimos feitos e pouco capital próprio, o banco não conseguia atender as exigências de aumento de provisões para cobrir eventuais calotes.
BUSCA DE SÓCIOS
Desde o final do ano passado, os dois principais sócios, que agora ficaram com os bens indisponibilizados –José Augusto Ferreira dos Santos, o fundador, com quase 80% das ações ordinárias (com voto), e Benedito Ivo Lodo, com 20%–, buscavam sócios para aportar capital e manter o banco operando.
Em junho, o BVA ficou fora das exigências do Banco Central, com índice de Basileia, um indicador de solvência, em 9,5% –o mínimo é 11%, o que significa que, para R$ 100 emprestados, pelo menos R$ 11 devem ser de capital próprio do banco.
Uma injeção de R$ 100 milhões por novos sócios sanou o problema.
O banco atrasou a publicação de balanços, aumentando os rumores sobre a situação e levando investidores a resgatar os CDBs.
Apesar de ter sete agências, o BVA não tinha correntistas pessoa física.
Com a intervenção, o FGC (Fundo Garantidor de Créditos) deve arcar com R$ 1,2 bilhão para cobrir 29% do total de CDBs do banco.
Os pagamentos começam na próxima semana. Tem direito ao reembolso os investidores que tinham CDBs de até R$ 70 mil e CDBs com garantia especial de até R$ 20 milhões (chamados DPGE).
Fonte: Toni Sciarretta, Folha de S.Paulo
Caros,
A empresa Vidax tem um acordo com o banco BVA para o pagamento de salários, e atualmente os salários estão atrasado há quase 3 meses, como fica essa situação ? será que esse dinheiro que o FGC irá pagar aos investidores entraria as despesas dessa empresa?
Obrigado.
Não sei lhe dizer, mas não será o FGC, mas o liquidande do Banco BVA que tomara os devidos procedimentos, mas busque um advogado, vai ajudar.