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Avon tem dia atribulado com investigação e balanço fraco

A Avon Products Inc. informou que a SEC, a comissão de valores mobiliários dos Estados Unidos, está investigando suspeitas de que a empresa subornou autoridades estrangeiras.

Essa informação, divulgada ontem em conjunto com resultados financeiros trimestrais decepcionantes, aumenta a gravidade do caso, que já vinha sendo investigado há três anos pela própria empresa de venda direta de cosméticos. O processo interno de averiguação começou com acusações de irregularidades na China e se espalhou para os principais mercados da Avon na América Latina.

O comunicado da Avon ao mercado revela que a empresa foi avisada pela SEC de que foi iniciado “um inquérito oficial” relacionado à Lei de Práticas Corruptas no Exterior. “A empresa pretende cooperar totalmente com a investigação da SEC”, acrescentou a Avon.

A SEC também está investigando se a Avon divulgou ilegalmente números da empresa para analistas e outros integrantes da comunidade financeira em 2010 e 2011, informou a empresa no comunicado.

A ação da Avon caiu 18% no pregão de ontem, elevando a desvalorização acumualada neste ano para 35%.

Além de revelar as investigações da SEC, a empresa informou que não conseguirá alcançar sua meta de receita e que está reavaliando seu plano empresarial de longo prazo.

A Avon informou que o lucro trimestral caiu de US$ 166,7 milhões para US$ 164,2 milhões, com alta de 5,7% no faturamento, para US$ 2,76 bilhões. Mas o resultado ficou muito aquém das expectativas dos analistas, em parte por causa do que a empresa afirma terem sido problemas técnicos na implementação de novos sistemas de tecnologia no importante mercado brasileiro.

A divulgação das informações provocou uma teleconferência tensa entre analistas e a presidente do conselho e diretora-presidente da Avon, Andrea Jung. “Eu custo a acreditar nisso, mas, a esta altura, por que os investidores devem acreditar que a diretoria e o conselho têm algum controle sobre a empresa?”, perguntou um analista. “Por quanto tempo mais vai continuar esse status quo?”

Jung respondeu que ela e o resto dos executivos da empresa estão realizando uma revisão completa e que farão o que for melhor para os acionistas.

No relatório que acompanhia os números do balanço, Jung disse que a Avon está reavaliando o plano empresarial de longo prazo e que divulgará uma atualização das metas financeiras em uma reunião com investidores marcada para o início do ano que vem. A Avon já passou por rodadas de reestruturação e cortou milhares de empregos para reduzir os custos e ganhar eficiência.

A Avon é uma das várias empresas americanas que têm dependido do crescimento no exterior para compensar a fraqueza recente da economia da América do Norte. Mas problemas para implementar seu sistema de administração de dados no Brasil, que prejudicaram os ganhos num país que sempre gera bons lucros, contribuíram para que o resultado global da Avon no terceiro trimestre não alcançasse as previsões dos analistas e forçaram a empresa a diminuir suas expectativas para o ano inteiro.

“Além disso, a incerteza dos consumidores em meio a um cenário macroeconômico volátil em vários de nossos mercados pressionou ainda mais o crescimento da receita”, disse Jung.

A empresa disse que no Brasil, um de seus maiores mercados internacionais, a implementação “difícil” de um sistema de administração de dados “causou mais interrupções” do que era esperado, o que teve um “impacto significativo” nos resultados.

A Avon continuou crescendo na América Latina, apesar dos problemas no Brasil, com alta de 11% nas vendas no último trimestre. Mas isso não foi suficiente para levar os resultados a bater as expectativas, especialmente diante do declínio de 7% na receita da América do Norte.

A empresa afirma que começou a enxergar crescimento médio positivo nos pedidos na América do Norte, já que fechou o terceiro trimestre ofertas melhores nos segmentos de “cosméticos para presentes e produtos mais em conta”.

Fonte: Colaborou Annie Gasparro, WSJ.

marcos

Professor, Embaixador e Comendador MSc. Marcos Assi, CCO, CRISC, ISFS – Sócio-Diretor da MASSI Consultoria e Treinamento Ltda – especializada em Governança Corporativa, Compliance, Gestão de Riscos, Controles Internos, Mapeamento de processos, Segurança da Informação e Auditoria Interna. Empresa especializada no atendimento de Cooperativas de Crédito e habilitado pelo SESCOOP no Brasil todo para consultoria e Treinamento. Mestre em Ciências Contábeis e Atuariais pela PUC-SP, Bacharel em Ciências Contábeis pela FMU, com Pós-Graduação em Auditoria Interna e Perícia pela FECAP, Certified Compliance Officer – CCO pelo GAFM, Certified in Risk and Information Systems Control – CRISC pelo ISACA e Information Security Foundation – ISFS pelo EXIN.