Argello, segundo delator, era arrecadador de propinas de empreiteiras
Em novo depoimento aos investigadores da Lava Jato o lobista e delator Júlio Camargo indicou que o esquema de propinas para evitar a convocação de empreiteiros em duas CPIs da Petrobrás em 2014 teria sido muito maior do que o revelado até agora pela Lava Jato. Segundo Camargo, o ex-senador Gim Argello (PTB) preso na terça-feira, 12, na operação Vitória de Pirro, 28ª fase da Lava Jato, cobrou R$ 5 milhões de cada empresa para livra-las das CPIs.
O novo depoimento de Julio Camargo ocorreu na quinta-feira, 14, em Curitiba, base da Lava Jato.
Ele é o delator que em 2015 revelou ter sido pressionado pelo presidente da Câmara, deputado Eduardo Cunha (PMDB/RJ), por uma propina de US$ 5 milhões. O relato do lobista teve peso decisivo na denúncia que a Procuradoria-Geral da República apresentou ao Supremo Tribunal Federal contra o parlamentar, por corrupção e lavagem de dinheiro.
Até aqui a Lava Jato identificou R$ 5,3 milhões que teriam sido pagos a Gim Argello. Uma parte repassada pela UTC (R$ 5 milhões) destinada aos quatro partidos da Coligação União e Força, nas eleições de 2014 – o Ministério Público Federal destaca que não há informação de que as legendas soubessem da origem ilícita dos valores.
Outra parte foi depositada pela OAS (R$ 350 mil) na conta da Paróquia São Pedro, de Taguatinga – cidade satélite de Brasília -, frequentada pelo ex-senador.